Folha de S. Paulo


Região portuária do Rio precisa ser priorizada pelo novo prefeito

Eduardo Knapp/Folhapress
O Boulevard Olímpico, na região portuária, foi ponto turístico em 2016 no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO - Ainda será necessário um prazo maior para julgar adequadamente, mas o balanço de visitação das principais atrações da região portuária do Rio mostra que a revitalização da área tem tudo para ser bem-sucedida.

O Museu do Amanhã, um dos principais símbolos da renovação do local —e certamente o mais divulgado—, acumulou mais de 1,4 milhão de visitantes em 2016, superando em muito a expectativa de público para o período (450 mil). Quase em frente a ele, o Museu de Arte do Rio também teve um bom ano: 404 mil pessoas passaram por lá, quase 100 mil a mais do que em 2015.

É certo que a Olimpíada contribuiu para isso —cerca de 4 milhões de pessoas estiveram no chamado Boulevard Olímpico durante os meses dos Jogos. O lugar, que se estendia por cerca de três quilômetros (parte deles à beira-mar), foi um imenso sucesso entre cariocas e turistas, com seus palcos para shows, food trucks e atrações variadas, como a réplica da tocha olímpica e um balão panorâmico.

Mas mesmo atrações pós-olímpicas beneficiaram-se da remodelação do porto. O AquaRio, inaugurado em novembro, teve 234 mil visitantes em 55 dias de operação —um número impressionante, ainda mais levando-se em conta que o ingresso custa R$ 80 (R$ 60 para moradores do Estado). Agora em janeiro e fevereiro, um dos armazéns portuários receberá uma série de shows e festas, valendo-se do aumento da segurança e da melhoria do acesso ao local, com o VLT.

Tais resultados não surpreendem, ao contrário: a região portuária do Rio é histórica e central. Ficou abandonada por décadas de maus governos, mas deveria ser priorizada em detrimento da expansão para a zona oeste.

Para isso, espera-se que o novo prefeito complete o trabalho que Eduardo Paes não fez: atraia moradores para a região. Construa, e eles virão.


Endereço da página:

Links no texto: