Folha de S. Paulo


Pezão volta ao governo com muitos problemas e poucas ideias

Givaldo Barbosa-27.out.2016/Agência O Globo
Brasília,(DF), 27/10/2016 - EC - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, quando chegava ao Ministério da Fazenda. Foto: Givaldo Barbosa/Agência O Globo ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, chega ao Ministério da Fazenda

RIO DE JANEIRO - Após uma licença de sete meses para tratar de um linfoma, o governador Luiz Fernando Pezão está de volta ao cargo. No período em que esteve ausente, viu o Estado do Rio decretar calamidade financeira, a criminalidade voltar a sair de controle e seu PMDB não chegar nem ao segundo turno na eleição para a prefeitura da capital.

Para seu azar e infelicidade dos cariocas, encontrou um caos ainda maior do que aquele que deixou na saída. As únicas ideias do vice que o substituiu, Francisco Dornelles, foram pedir ajuda ao governo federal e dar calote nos fornecedores e funcionários públicos.

Pezão não pode reclamar, no entanto. No dia de sua volta ao trabalho, ganhou um presente da Assembleia Legislativa: a aprovação de um projeto de lei que oficializa o estado de calamidade e abre espaço para o governo descumprir pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal sem receber punições. A questão agora é ver como esse saco de maldades será usado.

Não há dúvidas de que será necessário enxugar gastos, mas Pezão não deu até hoje sinais de que sabe onde cortar. O Rio foi o Estado que teve maior crescimento nas despesas com folha de pagamento de 2009 a 2015, passando de R$ 12,8 bilhões para R$ 31,6 bilhões. Foi também um dos campeões de incentivos fiscais: R$ 150 bilhões apenas nos últimos cinco anos, de acordo o Ministério Público estadual.

Não deixa de ser admirável que um homem vitimado por uma doença grave e submetido a um longo e cansativo tratamento de saúde tenha se disposto a sentar novamente na cadeira elétrica do Palácio Guanabara, no pior momento do Estado em anos.

Espera-se, governador, que seu retorno tenha mais a ver com preocupação com a população fluminense do que com o futuro das empresas amigas e de seu partido.


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