RIO DE JANEIRO - A disputa pela Prefeitura do Rio começou com a revelação de que o prefeito Eduardo Paes não é exatamente um cabo eleitoral dos sonhos.
Questionados pelo Datafolha, 61% dos eleitores cariocas entrevistados responderam que não votariam "de jeito nenhum" em um candidato apoiado por Paes. Apenas 10% definiriam o voto seguindo a recomendação do peemedebista.
A insatisfação não parece estar ligada à avaliação que a população faz da gestão municipal. Os quase oito anos de governo Paes são classificados como "regular" pela maioria dos entrevistados (42%). Outros 31% consideram "ótimo/bom" e 26%, "ruim/péssimo". A nota média de sua gestão é 5,4.
Uma explicação possível é que a conhecida loquacidade de Paes vem trabalhando contra ele nos últimos meses, graças ao vazamento de algumas de suas manifestações bem pouco políticas -e a pesquisa foi feita antes do fiasco mais recente, o do vídeo em que constrange com comentários sexuais uma moradora de comunidade.
É bem verdade que o alcaide carioca não é o único apoio tóxico nestas eleições. Seu correligionário e agora presidente de fato, Michel Temer, causa ainda mais repulsa se aparecer no santinho do candidato: 68% fugiriam do apoiado na hora. Lula, outrora bola de segurança da oposição, tampouco se sai melhor —64% rejeitariam um prefeito com seu apoio.
Há ainda o fato de que o candidato de Paes, o deputado federal Pedro Paulo, não é exatamente figura popular. Bem menos conhecido do que os competidores que aparecem à sua frente, ele lidera em rejeição (28%), embora empatando dentro da margem de erro. Pesa aí, sem dúvida, o fato de ser mais reconhecido pela acusação —já arquivada pelo STF de bater em sua ex-mulher do que por seu trabalho.