Folha de S. Paulo


O Rio duplamente rebaixado

RIO DE JANEIRO - É curioso notar como o declínio do futebol carioca acompanhou o do Estado e o da cidade. Em 2009, quando o Rio vivia grande momento e era escolhido sede dos Jogos de 2016, o Flamengo tornava-se campeão brasileiro.

No ano seguinte, o Fluminense seria o campeão nacional, feito que repetiria dois anos depois. Em 2011, Vasco, Flu e Fla ocupariam a segunda, terceira e quarta posições no Brasileirão, classificando-se para a Libertadores –o Vasco ainda venceria a Copa do Brasil, torneio que o Flamengo levaria em 2013.

Foram anos em que os times cariocas pareciam tão embalados quanto o município e o Estado no caminho para atingir todo seu potencial econômico e social. Mas a inépcia da administração pública, assim como a da Federação de Futebol do Rio e a dos clubes, fez com que a fase de bonança econômica não gerasse uma base sólida para atravessar a ressaca que viria. Reformas necessárias há décadas perderam o timing ideal e o atraso continuou dando as cartas na política como no futebol.

Ainda em 2013, o Rio viu o Vasco ser rebaixado no campeonato nacional. No ano seguinte, o rebaixamento viria para o Botafogo e, agora, novamente para o clube da cruz de malta.

O recém-encerrado Brasileiro registrou o pior desempenho dos cariocas desde que o torneio passou a ser disputado em pontos corridos, em 2003 –nenhum time ficou entre os dez primeiros.

Isso no mesmo ano em que a economia do Estado voltou a uma depressão que lembra a de décadas passadas, inclusive em seus reflexos na segurança, saúde e educação.

As perspectivas para 2016 não são melhores, nem para o governo –que continuará enfrentando os efeitos da crise do petróleo–, nem para os clubes, que, já de saída, terão um primeiro semestre sem Maracanã e Engenhão. Haja torcida.


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