Folha de S. Paulo


Reuni informações para os que querem entender a crise política

Débora Gonzales/Folhapress

Não sei se enquanto vocês leem esta coluna ainda tem um país lá fora.

Mas, se tiver, gostaria de dar minha contribuição aos que querem entender a crise política. Reuni todas as informações que li nas redes sociais e em grupos de WhatsApp para apresentar algumas conclusões. Vamos a elas.

A revelação pelo jornal "O Globo" das acusações contra Temer e Aécio visa apenas lançar uma cortina de fumaça sobre o depoimento do Lula a Moro, para que esqueçamos do ex-presidente, e este, desprevenido, possa ser preso a qualquer momento. Golpistas.

Um novo impeachment só interessa aos que são claramente contra as reformas que este governo vem fazendo. Ou aos que são a favor e estão achando o governo fraco para comandá-las. Ou aos que estão em dúvida e querem tempo para pensar melhor.

Aécio até agora foi poupado por um acordo feito entre o Judiciário, a Polícia Federal e a grande imprensa. Se nesta semana o Judiciário mandou investigar, a Polícia Federal conseguiu o flagrante e a grande imprensa divulgou é porque tem algo aí que não se sabe, mas saberemos. A não ser que exista um acordo entre o Judiciário, a Polícia Federal e a grande imprensa para que a gente não saiba.

Tudo isso que está acontecendo é uma estratégia de Eduardo Cunha, que topou ser dedurado recebendo mais propinas, desde que ferrasse os coleguinhas também.

Seria apenas coincidência que na semana mais difícil para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apareçam gravações de Joesley Batista contra o presidente do Brasil, para que o mundo olhe para nós e se esqueça dos EUA?

E, para os que acham pouco, essa teoria ganha força no momento em que Joesley faz a denúncia e vai morar justamente em Nova York, a poucas quadras da Trump Tower.

Soa muito estranho que as gravações tenham vindo à tona justo em 17 de maio, aniversário de Duda Nagle, filho de Leda Nagle, demitida da TV Brasil numa reformulação feita justamente pelo governo...Temer.

Não é preciso agradecer. Sei que ajudei a quem me lê, deixando tudo muito mais claro.

A não ser que o leitor se pergunte qual o meu interesse em explicar a crise política justo agora quando a chapa Dilma-Temer está para ser julgada. O que eu, a Folha e o TSE queremos com isso?


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