Folha de S. Paulo


Tempo de boas novas

Ao Falar sobre condomínios, é inevitável abordar pautas negativas: inadimplência, barulho, vazamento, garagens apertadas, vizinhos mal-educados, insegurança...

Não é fácil, mas às vezes dá para pinçar um assunto positivo, uma solução inovadora. Felizmente, nas últimas semanas só tivemos boas notícias. Alguns dizem que a crise dói, mas gera crescimento; nos condomínios, parece que vem se dando isso.

Em razão da nova regra para cobrança de condomínio atrasado, os acordos amigáveis com inadimplentes aumentaram muito e tivemos uma redução de incríveis 80% em novas ações judiciais. Agora, com artilharia pesada no combate à inadimplência -possibilidade de protesto em cartório e execução judicial-, a cobrança está mais efetiva.

No quesito segurança, o Secovi celebrou convênio com a Polícia Militar para fomentar a integração de prédios e a polícia, com a instalação de câmeras e compartilhamento das imagens das ruas em tempo real.

Claro que tudo depende de investimentos e planos estratégicos, mas o caminho é esse. De nada adianta gastar uma fortuna com segurança se não houver integração entre condomínios e polícia.

Finalmente virou lei, e agora a medição individual do consumo de água será obrigatória. A intenção não é só baixar o custo, mas sobretudo tornar mais justa a relação entre vizinhos e estimular práticas sustentáveis de consumo e reúso de água.

Sem falar na redução do consumo, que chega a 30% nos condomínios já individualizados. A lei determina um prazo de cinco anos para tal obrigatoriedade, mas já é um bom começo. Resta à Sabesp se preparar e investir num sistema universal e barato de instalação dos medidores e leitura individual dos hidrômetros.

Outro ponto a comemorar é a redução das brigas e litígios entre vizinhos. Até o número de chamadas na polícia comunitária para atendimento de brigas entre moradores diminuiu sensivelmente. Importante frisar três aspectos que ajudam a explicar essa boa evolução: maior profissionalização na gestão (com os síndicos profissionais), aumento da presença dos moradores nas assembleias e criação de ferramentas de comunicação entre o corpo diretivo e os moradores. É o caminho certo.


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