Folha de S. Paulo


Uma questão de confiança

Na hora de investir, buscamos três atributos essenciais, raramente encontrados em um mesmo investimento: rentabilidade alta, risco baixo e liquidez. Aplicar em títulos públicos, via Tesouro Direto, foi o caminho escolhido por meio milhão de brasileiros. Entretanto, muitos ainda não fizeram essa escolha.

Editoria de Arte/Folhapress
ilustração marcia dessen de 14.mar.2016

ACESSO

Muita gente ainda não investe no Tesouro Direto porque acha complicado. Uma das dificuldades percebidas é a necessidade de abrir uma conta em uma corretora. Acostumados a investir na poupança e em outros depósitos bancários, não sabem por onde começar.

Falar com o gerente do banco parece ser o caminho certo, ele há de facilitar as coisas... Mas não, o acesso nem sempre é facilitado. O dinheiro que vai para o Tesouro Direto fica lá, ajudando a financiar a dívida pública. Os bancos (e os gerentes) ganham mais quando o dinheiro fica em casa, em produtos e serviços financeiros que eles oferecem. É natural que você ouça um discurso sobre as vantagens dos produtos bancários na tentativa de fazê-lo desistir da escolha que fez.

O Tesouro Direto, sensível a esse fato, resolveu ajudar você a encontrar uma instituição financeira credenciada. Veja as dicas no link https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/-/direto-para-voce.

RISCO

Outro grande entrave que se apresenta, no momento, é o aumento na percepção do risco. Tem gente achando que o governo pode anunciar o calote da dívida. É bom lembrar que os calotes do passado foram da dívida externa, quando o Brasil deixou de pagar a investidores internacionais.

A quem acredita nessa hipótese, de verdade, só resta mandar o dinheiro para fora do país. As carteiras dos bancos, dos fundos de investimento e dos planos de previdência estão repletas de títulos públicos. O calote da dívida interna afetaria a todos em escala gigantesca. Possível? Sim. Provável? Não, muito pouco provável.

Estamos atravessando uma crise grave e inédita, diferente das crises anteriores, que levaram os governos a tomar medidas extremas. Como sairemos dela? Uma história a ser contada.

Ainda sobre risco, saiba que os títulos são registrados em seu nome e CPF no ambiente seguro da BM&FBovespa. Não existe o risco operacional de a instituição financeira ficar com os títulos que você comprou.

Quanto ao risco de mercado, hipótese de vender o título por um valor inferior ao de compra, pode ocorrer somente se você vender o título antes do vencimento. Quem fica com o título até o vencimento ganha exatamente a taxa de juros contratada.

ESCOLHA
Outro entrave é a escolha do título que será comprado. Muitos não se consideram preparados para analisar e escolher o título mais adequado.

Interessante que as pessoas tomam decisão semelhante quando investem em fundos de investimento e planos de previdência, que passa pela escolha do tipo de fundo em que o dinheiro será aplicado.

Se você prefere ganhar uma taxa pós-fixada, que acompanha a variação da taxa Selic, compre Tesouro Selic. Prefere uma taxa prefixada? Tesouro Prefixado, com ou sem juros semestrais, é o que você procura. Preocupado em proteger seu dinheiro contra a inflação? Tesouro IPCA+ é o mais indicado para esse caso. E lembre-se de diversificar, sempre que possível.

O site do Tesouro Direto ajuda você a conhecer cada título e escolher o mais adequado. Sua instituição financeira também deve oferecer esse serviço de orientação. Explore, pergunte, afinal, você paga pelo serviço.

CUSTO
Some as taxas que serão pagas à instituição financeira (negociável) e à BM&FBovespa (0,30% ao ano) e compare com a taxa de administração cobrada por fundos de investimento e planos de previdência. Bem mais barato!

Investir é sempre uma questão de confiança, no emissor do título, na instituição financeira, no país. Eu (ainda) confio. E você?


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