Folha de S. Paulo


O fantasma do desemprego

Há poucos meses o Brasil se orgulhava do "pleno emprego". Todas as pessoas dispostas a trabalhar pelo salário oferecido encontravam uma vaga. Dava até para escolher!

As coisas mudaram. A atividade econômica está fraca, a demanda por produtos e serviços diminuiu, as empresas faturam menos. Elas fazem o que precisa ser feito, cortam custos. A folha de pagamento, da qual você faz parte, é um dos principais alvos.

Agora não é hora de reclamar de que ganha pouco, de que merece aumento de salário, de que não gosta da empresa, dos colegas ou do trabalho. Adote a atitude profissional que o empregador espera, seja positivo, colaborativo e produtivo. Dê a ele uma boa razão para deixar seu nome longe da lista de cortes.

ESTOU EMPREGADO

Não foi demitido ainda? Ótimo! Então faça por merecer e demonstre ao empregador por que você merece ficar.

Seja produtivo, trabalhe duro, faça mais em menos tempo. E pare de reclamar de que você trabalha mais do que o colega que ganha a mesma coisa. É assim que você demonstra ser mais produtivo do que ele.

Respeite os horários. Evite chegar atrasado, esticar a hora do almoço ou sair mais cedo. Os preguiçosos, com baixo comprometimento com o trabalho, são os primeiros na lista da demissão.

Seja flexível. A empresa precisa de gente disposta e preparada a mudar de posição, trabalhar nos fins de semana e horários estendidos. Faça seu chefe -e a empresa- saber que pode contar com você.

Seja criativo e inovador. Descubra e proponha formas de entregar melhor resultado, em menos tempo, com menos erros, menos custos e maior satisfação do cliente.

Seja colaborativo, ofereça ajuda. A empresa valoriza os que sabem trabalhar em equipe. Quando existe colaboração, a produtividade aumenta e o ambiente de trabalho fica muito melhor.

Seja realista e se conscientize de que o mar não está para peixe. Você não gosta do seu trabalho, não é o emprego dos sonhos? Seja profissional e entregue o melhor resultado possível. Relaxar para ser demitido ou pedir demissão agora, nada a ver.

FUI DEMITIDO

Foi mal, você acaba de perder o emprego. Ou está prestes a ser demitido. Aproveite para aprimorar seus conhecimentos no mercado em que atua ou abrir novos horizontes. A crise nem sempre afeta todos os setores da economia com a mesma intensidade.

Prepare um currículo bem-feito, objetivo, ressaltando suas realizações profissionais: aumento de vendas, redução de custos, melhoria de processos.

Seja conciso. Em duas páginas informe dados pessoais, objetivo, formação acadêmica, resumo das qualificações, atividades profissionais, empregos anteriores e cursos de aperfeiçoamento. Erro de português e mentiras? Imperdoável!

Se você está buscando duas posições distintas, prepare dois currículos. Caso contrário, dará a impressão de que não sabe o que quer.

Prepare-se para a fase de entrevistas. Pesquise tudo sobre a empresa, sonho, missão, valores, propósito, desafios, concorrentes. Por que ela deve te contratar? Que benefícios ou resultados você pode aportar? E nada de reclamar do chefe e da empresa anterior. Falta gravíssima!

DINHEIRO

Você está preparado para esse imprevisto ou foi pego de surpresa? O salário não virá por uns tempos e as contas não param de chegar, cada vez mais altas. Não pagar significa ter, em breve, dois problemas: desempregado e endividado.

Você sabe o que tem de fazer: cortar, cortar, cortar. E avise a família para que todos se ajustem à realidade. Se estiverem comprometidos, a experiência talvez permita encontrar um novo estilo de vida a ser mantido quando um novo emprego surgir.

Procure manter uma reserva financeira no valor mínimo de 3 a 6 meses do orçamento familiar. Esse é o tempo que leva, em média, para um trabalhador qualificado se recolocar no mercado. A reserva financeira proporciona segurança e equilíbrio para enfrentar a fase difícil. Sem dinheiro, tudo se complica e as coisas podem parecer piores do que são. Esteja preparado.


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