Folha de S. Paulo


Princípios para lidar com seu dinheiro

Meu colega Louis Frankenberg, um dos pioneiros da atividade de planejamento financeiro no país, reuniu em um guia 32 princípios resultantes de sua experiência como educador e planejador financeiro. Quero compartilhar com vocês alguns deles.

1. Saúde física e mental são essenciais para o contínuo crescimento intelectual, espiritual e financeiro.

2. Para se dar bem na vida, pergunte-se: será que domino o dinheiro ou sou dominado por ele? Relembre: dinheiro é somente um meio para alcançar seus sonhos e objetivos mais desejados. Nunca deve tornar-se um fim em si.

3. É absolutamente imprescindível estabelecer metas realistas e viáveis em sua vida, além de diretamente relacionadas ao determinante fator tempo e suas condições financeiras pessoais e familiares.

4. Ego, vaidade ou ostentação podem dificultar seu relacionamento profissional e comunitário ou mesmo conduzir a investimentos equivocados. Humildade e reflexão, ao contrário, conquistam amigos e levam ao sucesso.

5. Encare os jogos de azar apenas como entretenimento, assim como os investimentos baseados no fator sorte. Eles jamais devem ser levados a sério ou envolver valores significativos. Lembre-se que os raros prêmios distribuídos são pagos por você mesmo.

6. Entendimento, sintonia e muito companheirismo entre cônjuges, na busca de prioridades, objetivos e metas de vida, ampliam o controle sobre finanças familiares.

7. Persistência, paciência e disciplina são virtudes fundamentais na construção gradativa de seu patrimônio e de suas finanças. Cultive-as. Otimismo o ajudará a superar as constantes frustações de curto prazo pelas quais você passará.

8. Evite tomar decisões financeiras de vulto sob apelo emocional ou quaisquer outras formas de pressão. Medite a respeito dos prós e contras e não se precipite. O bom senso deve prevalecer. Na dúvida, adie a decisão.

9. Desconfie das ofertas de ganhos excepcionalmente elevados. Negócios e investimentos fantásticos podem ser enganosos e ocasionar grandes perdas.

10. Procure evitar o "comportamento de manada", ou seja, imitar os outros. Evite igualmente trocar constantemente sua carteira de investimentos favorecendo, eventualmente, mais a intermediários do que a você mesmo, em razão de maiores custos financeiros envolvidos.

11. Estimule seus filhos a valorizar as conquistas feitas por meio do próprio esforço. Bens materiais não são substitutos do amor paterno ou materno. Não os deseduque dando-lhes tudo o que pedem.

12. Mantenha um orçamento mensal de suas receitas e despesas. Ainda é a maneira mais sensata de ter sob controle seus objetivos de curto, médio e longo prazos.

13. As receitas de uma pessoa ou de uma família devem sempre ser maiores do que as suas despesas. O oposto provoca descontrole e endividamento, podendo acabar em dor de cabeça ou até coisa pior.

14. Ganhar mais, gastar menos ou uma efetiva combinação desses dois fatores são as únicas maneiras de alcançar ou recuperar o equilíbrio financeiro.

15. Proteja-se dos insistentes apelos comerciais. Quase sempre são contrários ao seu autocontrole orçamentário. Dê sempre maior e irrestrito peso aos seus próprios interesses.

16. Não se constranja ao pedir desconto. Habitue-se a pesquisar os menores preços e as melhores condições de pagamento sem juros. Pratique a negociação!

17. Tomar empréstimos ou hipotecas envolvendo prazos longos são justificados somente para aquisição da casa própria, e mesmo esta após minuciosa análise.

18. Reflita longamente antes de conceder empréstimos a familiares e amigos. Tampouco permita que outros adquiram bens ou utilizem crédito em seu nome. Um sábio provérbio popular proclama: "Quem empresta perde um amigo".

19. Desequilíbrio financeiro é um dos principais motivos de separações entre casais e de outros conflitos familiares. Em casos extremos, busque auxílio de especialistas.

20. Como diz um adágio popular, as pessoas não planejam para falhar, mas falham ao não planejar.


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