Folha de S. Paulo


Novidades de 2014, um desafio para nossas finanças pessoais

São muitas as novidades deste início de ano, que afetam em maior ou menor escala o nosso orçamento doméstico. Um bom planejamento financeiro pode reduzir o impacto. Basta estimar os aumentos e corrigir os valores do ano anterior ajustando, também, o valor a ser poupado para as despesas.

COMPRAS NO EXTERIOR

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%, que incidia somente sobre as compras com cartão de crédito no exterior, é cobrado agora também no cartão de crédito pré-pago e no cartão de débito. Uma maneira de evitar o pagamento desse imposto é comprar moeda estrangeira em espécie. Menos custo, mais risco envolvido.

Quem tem despesas regulares no exterior, como mensalidade escolar ou envio de recursos para familiares, pode consultar as condições de seu banco para envio de ordens de pagamento ao exterior. Elas continuam isentas da incidência do IOF, mas sujeitas às tarifas bancárias que, muitas vezes, representam custo equivalente para o usuário. Vale a pena conferir.

IPVA

Os cidadãos paulistas já estão recebendo -e pagando- o IPVA (imposto do veículo) de 2014. No Estado de São Paulo, a alíquota é de 4% para os veículos a gasolina e os bicombustíveis (flex) e os valores venais dos veículos foram apurados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Quem foi previdente e guardou dinheiro para essa despesa poderá se beneficiar do desconto de 3% para pagamento à vista. Embora o desconto não seja desprezível, morra de inveja de outros cidadãos brasileiros. Os fluminenses, por exemplo, terão desconto de 10%. Os gaúchos, desconto de 15% para motoristas sem multas. Uma boa forma de educar, não é mesmo?
Salário Mínimo

O novo salário mínimo de R$ 724 vigora desde 1º de janeiro. Se você tem empregados domésticos cuja remuneração é determinada em função desse parâmetro, avalie o impacto no seu orçamento, lembrando de ajustar também o valor dos encargos sociais e legais desses trabalhadores. Recolhimento de INSS (Previdência Social), pagamento de férias e 13º salário serão onerados.

IPTU

A Prefeitura de São Paulo bem que tentou definir o "valor de mercado" dos imóveis como base de cálculo do IPTU (imposto do imóvel), tentando cobrar imposto sobre uma riqueza potencial, ainda não realizada. Felizmente a medida não foi aprovada. Assim, o metro quadrado de construção e terreno, utilizado para apuração da base de cálculo do IPTU, será atualizado em 5,6% para corrigir a inflação dos últimos 12 meses.

Quem pagar à vista terá desconto de 4%. Novamente, encontramos descontos mais generosos concedidos por outras prefeituras. Os contribuintes de Porto Alegre, por exemplo, terão 12% de desconto. Vale a pena planejar e acumular dinheiro durante o ano para se beneficiar dessa vantagem.

CARRO NOVO

A alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros novos com motor 1.0 passou de 2% para 3% neste mês e deve voltar a 7% em julho. Além disso, os acessórios freios ABS e airbag passam a ser obrigatórios de fábrica. Com isso, os carros ficam mais seguros e mais caros.

Lembre-se de que a manutenção de um carro novo afeta seu orçamento mensal, gerando outras despesas além do pagamento da prestação do financiamento.

PLANO DE SAÚDE

A cobertura de planos de saúde inclui agora 50 novos procedimentos como exames, consultas e cirurgias, além de 37 medicamentos orais para tratamento domiciliar de câncer. Além das inclusões, a ANS (Agencia Nacional de Saúde) ampliou o uso de 44 procedimentos já oferecidos.

A boa notícia é que, segundo a ANS, o impacto financeiro será avaliado somente no reajuste do próximo ano. Seja previdente e ajuste a projeção desse item no seu orçamento de 2015.

IMPOSTO DE RENDA

O Imposto de Renda de Pessoa Física é um imposto federal devido por todas as pessoas que tenham auferido renda superior a um determinado valor. As faixas de renda são atualizadas anualmente pela Receita Federal. Em uma medida provisória de 2011, o governo determinou uma correção fixa de 4,5% para os quatro anos seguintes, até 2014.

O percentual foi definido com base na meta de inflação e se aplica também para corrigir os valores da dedução com educação, dependentes e do desconto simplificado. Como a tabela foi corrigida por um percentual abaixo da inflação efetivamente medida, estamos pagando mais impostos e alguns, que poderiam estar isentos, estão pagando imposto. Avalie qual será o impacto na sua renda líquida mensal.


Endereço da página: