Folha de S. Paulo


Jornalismo de serviço

Boa parte das pessoas que lêem o jornal num determinado dia procura ali informações úteis para sua vida. Consciente desta demanda, a maioria das publicações vem investindo no chamado jornalismo de serviços, realimentando assim esse vínculo de confiança de seus leitores.

Errar, aqui, é fatal

Apesar de tudo, os erros acontecem. Qualquer leitor já viveu a experiência desagradável de perder o filme porque o horário no jornal estava errado. Há muitas razões para que essas falhas ocorram, da má qualidade das informações fornecidas à negligência ou falta de pessoal na Redação para fazer verificações e mais verificações. Não existe, porém, outra saída: é preciso errar menos.

A Folha vem dedicando grande atenção a isso no seu programa de combate a erros de informação, pois considera alta a quantidade de erros que publica. Com efeito, o ombudsman recebe muitas queixas a esse respeito. Por exemplo, vários números de telefone são publicados com erros de digitação, como se pode acompanhar na seção Erramos.

Os roteiros de atividades culturais, na seção Acontece, também são alvos frequentes de reclamações. Além de equívocos sobre locais e horários, leitores apontam incorreções em dados sobre as obras (nomes de artistas, ano de produção, título etc.). Isso sem mencionar o fato de que o Acontece não é exaustivo, deixando de fora eventos que os leitores encontram nos roteiros do concorrente "O Estado de S.Paulo".

Vestibular perdido

É bem oportuno que o jornal se preocupe com o problema e tome medidas para aperfeiçoar esse gênero de informação. Ele nada tem de "menor", como pensam alguns jornalistas. Colocar-se na pele de um leitor prejudicado pode ser uma boa forma de conscientizar-se dessa responsabilidade.

Com esse objetivo, peço licença de Marisa Mara Silva Lima para tornar público caso que ela trouxe ao ombudsman. A leitora queria fazer o vestibular da Unesp. Leu na Folha que as inscrições iriam até 19 de outubro. Nesse dia, ao tentar inscrever-se, descobriu que elas tinham sido encerradas no dia anterior (18). Na realidade, nem se trata de um caso de erro jornalístico. Segundo informou a Secretaria de Redação, a falha foi da assessoria de imprensa da universidade. Detectado o erro, saiu nova reportagem com a data correta. Seis dias antes do término das inscrições, o jornal publicou um erramos.

Marisa Lima não viu o erramos, nem a reportagem. Por causa disso, vai ter de esperar um ano inteiro. É o que precisa ficar na cabeça dos jornalistas: ela não viu o erramos. Nesta hipótese, como no caso real, publicar uma retificação não resolve todos os problemas.

É o mínimo, e não o máximo, que o jornal pode fazer.


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