Folha de S. Paulo


Cidades Comestíveis une pessoas e locais para criar hortas urbanas

Uma plataforma interativa, alimentada por meio de um site e aplicativos para celulares, é a ferramenta do projeto Cidades Comestíveis para fomentar as hortas urbanas em São Paulo.

Através das informações inseridas pelos usuários, o sistema mapeia áreas ociosas da cidade, públicas ou privadas, que poderiam virar hortas, e os recursos que cada pessoa pretende compartilhar para esse objetivo. Cria, assim, as conexões entre disponibilidades e necessidades em cada local e favorece o trabalho coletivo para cultivar hortaliças, temperos ou ervas medicinais no espaço urbano.

A ideia do Cidades Comestíveis nasceu no Movimento Urbano de Agroecologia (MUDA) para promover a agricultura urbana. O site foi lançado em julho e o aplicativo para celulares com sistema Androide, em agosto. Há três semanas, o projeto ganhou a versão que roda em iPhone e está com todos os canais abertos para captar informações e agilizar a empreitada verde.

Ao se cadastrar, o interessado pode incluir sua disponibilidade para trabalhar e recursos que pode oferecer como insumos, conhecimento e ferramentas, ou incluir terrenos e iniciativas que conheça. No mapa da cidade, aparecem localizadas como um ícone do projeto as hortas já implantadas, como a do Centro Cultural São Paulo, a Horta do Ciclista, a da Vila Pompeia e a Horta das Flores. Com um símbolo de um pin em branco, estão as áreas que os usuários indicaram como passíveis de receber hortas.

Em uma busca feita na última quinta (15), encontrei ofertas de doação de sementes de flores, hortaliças e legumes, folhas secas e composto orgânico proveniente de uma composteira de um condomínio e pessoas dispostas a arregaçar as mangas e trabalhar.

Além dessas informações inseridas pelos usuários e que têm atualização dinâmica, o site traz informações valiosas para quem quer começar nessa área. Ali é possível aprender a pesquisar se um terreno é público ou privado, como proceder para pedir reconhecimento de uma iniciativa de horta na prefeitura e como implantar uma horta comunitária em dez passos.

O site traz também o Manifesto dos Hortelões Urbanos, que apresenta os objetivos do grupo que nasceu em 2011 e tem mais de 24 mil seguidores no perfil do Facebook, interessados em trocar experiências pessoais sobre plantio orgânico doméstico de alimentos e inspirar a formação de hortas comunitárias.

O gestor ambiental André Biazoti , 27, ativista, um dos responsáveis pela manutenção da horta do Centro Cultural São Paulo e idealizador do Cidades Comestíveis, não tem ainda a contabilidade de downloads dos aplicativos, mas está animado. "A plataforma está no ar. Agora estamos estudando como aumentar a mobilização das pessoas", diz.

Para saber mais, veja o site Cidades Comestíveis ou baixe o aplicativo.


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