Folha de S. Paulo


Lixo: Ibira Amo e Cuido faz mutirão de limpeza no Ibirapuera

ONG Parque Ibirapuera Conservação
 Voluntários mostram o lixo recolhido no Ibirapuera em caminhada promovida em novembro
Voluntários mostram o lixo recolhido no Ibirapuera em caminhada promovida em novembro

Sacos de lixo nas mãos e disposição. Um grupo de cerca de 40 pessoas fez uma caminhada de duas horas no Ibirapuera, no último dia 28 de novembro, e juntou cerca de 50 kg de lixo. Foi o quarto mutirão de limpeza do parque, organizado pela ONG Parque Ibirapuera Conservação.

"Filtro de cigarro, canudos e embalagens de plástico em geral. E muita tampinha de garrafa de suco ou água. O parque até que é bem limpo. Os garis recolhem os detritos maiores e sobram os demais, difíceis de pegar", diz o jornalista Ricardo Porto, que participou pela primeira vez do mutirão.

Ricardo Porto, que faz parte do coletivo Bancos com Encosto para Sampa, que difunde a ideia de que a cidade precisa de parques e praças com bancos confortáveis, para favorecer a permanência maior das pessoas e o convívio social, viu o chamado para o mutirão pela internet. E gostou da experiência.

"As pessoas eram conduzidas pela música tocada por um saxofonista. Na próxima vez, vou levar um espeto comprido daqueles usados nos parques americanos. Cansa ter que abaixar pra pegar o lixo no chão", conta.
"O brasileiro joga lixo nos espaços públicos porque não recebeu educação adequada na escola. Falta educação ambiental", acredita.

A caminhada faz parte do campanha Ibira Amo e Cuido, organizada pela ONG Parque Ibirapuera Conservação, criada por amigos do parque.

Thobias Furtado, 34, mestre em políticas ambientais e sustentabilidade, e fundador da ONG, defende que os mutirões servem para educar e incentivar a participação."Segurança e limpeza são os assuntos mais recorrentes entre os usuários. Creio que a saída seja facilitar a paticipação legítima dos frequentradores no cuidado e na conservação do espaço público", diz.

"O parque poderia ser um modelo de gestão de resíduos sólidos, com compostagem de orgânicos e separação de recicláveis", afirma.

Segundo Furtado, a ONG tem cerca de mil voluntários cadastrados. A comunicação é feita por e-mails, portal e rede social. Ele fez parte do Conselho do Parque Ibirapuera de 2010 a 2012, grupo formado por voluntários para fiscalizar, organizar e propor estratégias de gestão para o parque, e acredita que a melhor forma de administrar o parque seria trazer iniciativas privadas, sem fins lucrativos, como forma de reduzir o encargo dos impostos sobre os que não frequentam.

Segundo ele, há um interesse das pessoas em cuidar da cidade, e não há lugar mais propício para isso que os parques, onde as cidadãos estão usufruindo da melhor parte da vida urbana. "A gestão vai melhorar quando os usuários, de forma organizada e responsável, puderem contribuir com o cuidado do que gostam", diz.

Para conhecer a iniciativa visite o site www.parqueibirapuera.org.


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