Um restaurante num beco escuro de Tóquio, que só funciona de madrugada e onde um chef sisudo, chamado de Mestre pelos frequentadores, serve pouquíssimos pratos da cozinha caseira japonesa enquanto ouve os dramas dos clientes que aportam em seu minúsculo balcão. Eis a estrutura básica de "Midnight Diner", série exclusiva da Netflix que flagra com acolhedora ironia a solidão e as tragicomédias de uma grande metrópole. De quebra, uma profusão de receitas com ingredientes incomuns que dão vontade de garimpar similares nos botecos nipônicos de São Paulo.
Midnight Diner: Tokyo Stories. Direção: Joji Matsuoka. Elenco: Kaoru Kobayashi, Saki Takaoka, Mansaku Fuwa e outros. Produtora: TBS/MBS (2009-2016). Na Netflix
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LIVRO
Epopeia em miniatura
Se os clássicos para público juvenil são raros, o maior deles é "Os Meninos da Rua Paulo", traduzido do húngaro por Paulo Rónai (grande intelectual magiar que viveu no Brasil). Ambientado por Molnár (1878-1952) na Budapeste do final do século 19, o romance traz em cena as estripulias de dois grupos rivais de adolescentes. Eles disputam um terreno baldio numa cidade que se moderniza, com "batalhas" que são uma espécie de epopeia em miniatura na qual o impulso pela liberdade vai sendo moldado por noções de ética, hierarquia e justiça.
Os Meninos da Rua Paulo. Autor: Ferenc Molnár. Tradução: Paulo Rónai. Editora: Companhia das Letras (2017, 272 págs., R$ 39,90)
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| Capa de Os Meninos da Rua Paulo |
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DISCO
Diálogo etnomusical
Ao lado do pianista Nelson Freire, o violoncelista Antonio Meneses é o maior instrumentista brasileiro no cenário internacional. Aqui, ele interpreta com a maestria de sempre duas peças do húngaro Zoltán Kodály (a "Sonata op. 8" e, com o violinista Cláudio Cruz, o "Duo op. 7") e uma suíte do espanhol Gaspar Cassadó cujo primeiro movimento cita a sonata de Kodály, num diálogo entre compositores modernos que retrabalharam matéria etnomusical.
Antonio Meneses: Cassadó/Kodály. Artista: Antonio Meneses. Gravadora: Avie (2016, R$ 93,90, importado)
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| Capa de Antonio Meneses |