Folha de S. Paulo


Muita calma nesta hora

Ânimos exacerbados, redes sociais destilando fel à direita, à esquerda, ao centro, acima e abaixo. Afora os que defendem a volta da ditadura militar ou aqueles que estão pregando, ainda que dissimuladamente, a violência, todo mundo tem alguma dose de razão nesta história toda de manifestações pró e contra.

E todos, exceto aqueles já citados, têm pleno direito de protesto, bronca, indignação para um lado e para outro.

O que não se pode é perder a razão nem a compostura.

Nunca é demais lembrar que um monte de gente junta de um lado e um monte de gente junta de outro, com sentimentos antagônicos no meio, é nitroglicerina pura; basta um chiste, uma fagulha e...

E nunca é demais lembrar também, como o fez um dileto amigo nas redes sociais esta semana, que o comportamento das massas em geral foge facilmente aos limites da civilidade.

Recorrendo a Gustave Le Bon e ao seu "Psicologia das Massas", de 1895, ele relembrou:

"Pelo simples fato de pertencer a uma massa, o homem desce vários degraus na escala na civilização. Isolado, ele era talvez um indivíduo cultivado; na massa é um instintivo e, em consequência, um bárbaro. Tem a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também os entusiasmos e os heroísmos dos seres primitivos".

Portanto, amigos a favor e contra seja lá o que for: muita calma nesta hora, ok?


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