Folha de S. Paulo


O país do futuro

Meu passatempo futebolístico ultimamente, entre outras 247 coisas relacionadas à bola, é projetar a Copa de 2014, essa aqui no nosso quintal. Tento evitar, mas sempre acabo caindo na conclusão-vidência de que estamos lascados.

Nossa história de hoje começa no Piauí, passa por uma mesa de bar em SP e acaba na Holanda.

Embora o Felipão tenha assumido a seleção para resgatar a experiência e gerenciar bem a nova geração, a gente está ainda no meio do caminho das duas coisas.

Terça, a brincadeira era ver o Lucas encarar o Barcelona de Messi à tarde, enquanto o Neymar, seu companheiro mais reluzente da nova geração brasileira, enfrentaria à noite o Flamengo do Piauí, seu jogo de clube mais importante do ano até agora, pois sim. Era para nossas duas "esperanças" estarem se enfrentando na Champions League, não? Mas já era. E não foi por falta de falarmos isso.

No dia seguinte, rodada de Libertadores, estava com amigos em um bar, para ver Grêmio x Flu. Não deu, pois falhamos em convencer uns corintianos, que insistiam em ver o time deles, já classificado e ganhando do fraco San José, a largar o osso televisivo. Enquanto víamos o Pato, passamos a fazer projeções para o Brasil na Copa, eu e meus amigos (que considero saber muito mais de futebol do que eu). A turma está pessimista. Um deles bota fé, mas no "fator casa". Falamos um pouco de algumas seleções que devem vir nos visitar. A Espanha é a Espanha. A Alemanha está com cara de que vai ganhar tudo em breve, clubes e seleção, e talvez ache de começar pelo Brasil. A Argentina, amigona, tem o maior do mundo. Até o Japão, que jogava em correria louca, agora troca a bola tipo o Barcelona, no modo japonês. A Bélgica, tradição zero, mas em meio a uma revolução interna, vem com pinta de surpresa.

Nessa de confiarmos na nossa nova geração etc. chega a minha revista inglesa "World Soccer" de abril, e eu paro no noticiário da Holanda, que tem seis vitórias em seis jogos nas eliminatórias. A "World Soccer" fez um gráfico destacando seis jogos de seleções fortes em fevereiro. De Brasil (x Inglaterra), Itália (x Holanda), França (x Alemanha) e Espanha (x Uruguai). A média de idade do Brasil era de 27 anos e 2 meses, a maior. A da Holanda, a menor, 22 anos e 5 meses.

Van Gaal, depois do desastre da Euro-2012, fez uma seleção de nomes que nem na Holanda conhecem direito. A maioria nem é de Ajax ou PSV. E fala que, dos veteranos bons, só Robben, Van Persie e Sneijder devem ter lugar certo. Dizem que os craques que virão ao Brasil são um meia e um atacante do Feyenoord, de 18 anos. E os resultados já aparecem. É. Lascou, Felipão.


Endereço da página: