Folha de S. Paulo


2017 deve ser das releituras e sequências

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A atriz Florence Kasumba em
A atriz Florence Kasumba em "Emerald City", nova série da NBC, uma releitura de "O Mágico de Oz"

Adaptações e retomadas de títulos consagrados são principais apostas das redes para ano que chega

Depois de um ano bom mas pouco memorável, 2017 guarda algumas apostas altas e grandes expectativas para a crescente oferta de séries.

A primeira metade da temporada final de "Game of Thrones", que só chega no fim de junho, a retomada da mitológica "Twin Peaks" e uma reinterpretação soturna do clássico "O Mágico de Oz", além de uma minissérie sobre um fictício papa iconoclasta, destacam-se entre as mais de 400 produções que vão ao ar de janeiro a dezembro.

Na lista ainda estão as esperadas sequências de "Narcos" e "Black Mirror" (ambas sem data de estreia), "Stranger Things" (julho), "House of Cards" (fevereiro), o final de "Girls" (fevereiro) e "Sherlock" (janeiro).

Com alguns meses de atraso, "Twin Peaks", de David Lynch, deve estrear em abril no canal pago americano Showtime. A série revisitará, quase 27 anos após a original, a pitoresca e sinistra cidadezinha que se viu às voltas com o mistério da morte de Laura Palmer.

Foram anunciados nove episódios, e pouco se sabe do roteiro exceto que ele continua a história interrompida em 1991. O elenco já está na casa das centenas, incluindo os reincidentes Kyle MacLachlan (Dale Cooper), Sherryl Lee (Laura Palmer) e o próprio Lynch, além de astros como Jim Belushi, Laura Dern, Tim Roth, Naomi Watts e Amanda Seyfried.

Outro novo título de fôlego -desta vez em um canal aberto americano, a NBC- é "Emerald City" (Cidade das Esmeraldas), uma releitura de "O Mágico de Oz" com cores soturnas, disputas de poder, cenários grandiloquentes e trama rocambolesca à la "Game of Thrones" (a encomenda da rede, aliás, foi exatamente essa). Estreia em janeiro nos EUA.

Na concepção do diretor indiano Tarsem Singh ("A Cela"), há uma Dorothy policial e latina (a porto-riquenha criada no México Adria Arjona), um elenco multinacional e Vincent D'Onofrio como o mágico sinistro. Tamanho investimento não passará batido -se for um fiasco, será colossal.

A HBO aumenta sua aposta em minisséries com "O Jovem Papa", história fictícia do primeiro papa americano, um religioso que defende uma Igreja menos tolerante, vivido por Jude Law. Paolo Sorrentino, de "Il Divo" e "A Grande Beleza", dirige o drama sobre religião e poder, e Diane Keaton interpreta seu braço-direito.

Já a Fox resolveu apostar no seguro e ressuscitou a amada série "24 Horas" (2001-10) com o spin-off "24: Legacy", que estreia nos EUA em 5 de fevereiro. Em vez de Jack Bauer (Kiefer Sutherland) temos o herói de guerra Eric Carter (Corey Hawkins), que se vê às voltas com a CTU para impedir um atentado terrorista. O formato é o mesmo, mas para sustentá-lo será preciso mais criatividade do que o que se viu nas temporadas finais de "24".

Finalmente, há o novelão "Big Little Lies", que chega à HBO no fim de fevereiro com um elenco impressionante (Reese Whiterspoon, Laura Dern, Nicole Kidman). Depois de dois anos intensos de distopias e séries mundo-cão, a velha fórmula crime-intriga-inveja-ricos pode oferecer um respiro para esvaziar a cabeça.


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