Folha de S. Paulo


Nas séries, risos sutis e tragédias rasgadas marcam 2015

A "Crítica Serial" recorreu a alguns dos jornalistas da Folha que mais gostam de séries para listar o melhor de 2015. Formatos e temática avançam, mas texto bom e ator brilhante ainda são o que faz diferença.

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Sérgio Dávila, editor-executivo : "Master of None" (Netflix). "Seinfeld encontra Louie, numa das séries mais engraçadas e singelas do ano."

Marcelo Bernardes, autor do blog Baixo Manhattan : "Bosch" (Amazon). "Baseada em best-sellers de Michael Connelly, este policial oferece o que há de melhor no gênero, sem afetação e com bons diálogos. Detetive linha-dura, método clássico e estilo tiozão de Los Angeles, Bosch (o ótimo Titus Welliver) investiga assassinato de uma criança ao mesmo tempo em que é julgado por uso de força excessiva, tema recorrente no noticiário dos EUA."

Antonio Prata, colunista : "Louie" (iTunes, Amazon). "É impressionante como o Louie C. K. consegue ser ao mesmo tempo hilário e melancólico, cáustico e terno, livre na narrativa e consistente dramaturgicamente."

Vera Guimarães Martins, ombudsman : "Mr. Robot". "Das séries exibidas no Brasil, fico com a distopia sobre o mundo hacker e suas ameaças, do fim da privacidade ao ciberterrorismo. Parece coisa de neoludita, mas é obra para amantes de tecnologia. A narrativa envolve o espectador na paranoia do protagonista (Rami Malek, soberbo), cujo juízo por um fio não consegue diferenciar delírio e realidade."

Juliana Gragnani, repórter de "Cotidiano": "Downton Abbey" (Netflix/GNT). "É o melhor novelão da TV, apesar (ou talvez por causa) dos dramas exagerados e de alguns núcleos entediantes. A série escancara a questão de classe e balança o espectador igualitário. Além de figurinos e cenários apaixonantes..."

Marcelo Soares, editor de Audiência e Dados: "Jessica Jones" (Netflix). "Era fã da personagem por causa dos quadrinhos. Jessica é uma heroína 'B', a personificação do 'Poema em Linha Reta', do Fernando Pessoa. A série teve acertos no tom do roteiro, na temática, no elenco e em alterações como usar um galã para viver o vilão Killgrave, tornando a trama mais macabra."

Paulo Muzzolon, redator de "Poder": "Crossbones" (Netflix). "Porque tem John Malkovich vivendo o pirata Barba Negra nas Bahamas."

Daigo Oliva, editor-adjunto da "Ilustrada" e coautor do blog Entretempos : "Master of None". "Nada é melhor do que ver gente comum fazendo coisas estúpidas do cotidiano em diálogos com ritmo e graça, mas sem malabarismo. E os apartamentos são deslumbrantes."

Luciana Coelho, editora de "Mundo" e colunista: "Wolf Hall" (Netflix). Um oportuno mergulho ao fundo do poço político com Thomas Cromwell, conselheiro do rei Henrique 8º. A atuação de Mark Rylance é dessas coisas sublimes da vida.


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