No depoimento que prestou à Justiça Federal do Paraná, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contou que foi procurado no começo deste ano por um candidato a governador do Rio de Janeiro. Ele disse que foi contratado pelo candidato e que participou de reuniões em que foram listadas nomes de empreiteiras que seriam procuradas para fazer doações de campanha.
Pelo acordo de delação premiada, Costa está obrigado a dizer a verdade. Ele, contudo, estava impedido de mencionar, no depoimento, nome de pessoas com foro privilegiado. Pelo menos três candidatos ao governo do Rio nestas eleições têm foro: os senadores Lindbergh Farias (PT), Marcelo Crivella (PR) e o deputado Anthony Garotinho (PR).
A Polícia Federal encontrou na casa de Costa uma planilha com o nome de diversas empreiteiras. No depoimento, ele explicou do que se tratava a planilha. Ele disse que, apesar das reuniões para tratar das doações das empreiteiras, sua contratação foi para ajudar a elaborar o programa de governo do candidato na área de energia.
"Teve um candidato ao governo do Rio de Janeiro que me procurou. Isso foi agora no ano de 2014, e o objetivo era que eu preparasse para ele um programa de governo, na área de energia e infraestrutura de um modo geral. Eu acho que eu participei de umas três reuniões com esse candidato lá do Rio de Janeira, como outras pessoas que também participaram. E foi listada uma série de empresas que podiam contribuir para a campanha para a qual ele estava concorrendo. E essa planilha foi encontrada na minha casa", disse.
"Foi solicitado que houvesse a possibilidade de que essas empresas contribuíssem para a campanha", afirmou.
Ele contou que mantinha contato com algumas empreiteiras da lista, mas que outras, não.
