O tratamento da sífilis e do HIV é oferecido gratuitamente pelas autoridades da saúde em centros de atendimento de DST (doenças sexualmente transmissíveis).
A presença da reinfecção por sífilis, entretanto, vem sendo assinalada de forma preocupante, assim como com a presença concomitante do HIV nesses pacientes.
Em pesquisa publicada na "Revista de Saúde Pública", da Faculdade de Saúde Pública da USP, Valéria Correa de Almeida e os colaboradores Maria Rita Donalisio e Ricardo Cordeiro analisam a ocorrência e a reinfecção da sífilis em adolescentes e adultos de ambos os sexos.
No período entre 2004 e 2012, a sífilis representou 32,5% do total de 3.106 casos de doenças sexualmente transmissíveis tratados em um centro de referência.
Praticamente 69,3% das pessoas diagnosticadas com sífilis não apresentavam sintomas ou queixas (sífilis latente). O portador dessa forma de infecção que não for tratado ainda jovem ou adulto, terá a doença evoluindo por alguns anos até a fase de neurolues ou neurossífilis, caracterizada por alterações neurológicas que podem ser confundidas com problemas circulatórios cerebrais ou em idosos com a doença de Alzheimer.
Os autores assinalam que o HIV agora é considerado uma doença crônica e estável, o que pode ter levado a uma redução nos cuidados com as DST. Por isso, acrescentam, as campanhas de prevenção da transmissão do HIV deveriam incorporar de forma agressiva a prevenção das outras infecções transmitidas sexualmente.