Folha de S. Paulo


A relação entre morte súbita e prática esportiva

Shailesh Andrade/Reuters
Meninos disputam bola em partida de futebol em Mumbai (Índia)
Meninos disputam bola em partida de futebol em Mumbai (Índia)

No Brasil e em boa parte do mundo, o futebol é o esporte número um em popularidade. É conhecimento comum que praticar a modalidade (assim como outras, adequadas para cada faixa etária e biótipo) traz benefícios à saúde.

Na memória de quem acompanha de perto esportes como o futebol, porém, ficam marcadas cenas como a morte do jogador Serginho, do São Caetano, que simplesmente caiu no gramado durante um jogo contra o São Paulo, em 2004. Como explicar que uma atividade física faz bem mas também pode matar? Paradoxo?

A questão foi analisada em por pesquisadores da França e Índia liderados pelo cardiologista Xavier Jouven em artigo recente no periódico "European Heart Journal".

Para os autores, a morte súbita entre atletas de alta performance é um evento de baixa frequência, com menos de 10 mortes para 10 milhões de atletas, a cada ano. Analisando o total de mortes, são 94% em esportistas recreativos para 6% entre os profissionais.

Jouven recomenda realizar atividade esportiva somente após exames médicos preventivos, com análise de história clínica familiar e pessoal, exames clínicos e de sangue, eletrocardiograma e ultrassom do coração.

A história familiar é importante para identificar doenças cardíacas hereditárias ou congênitas. Nas avaliações médicas de atletas, o cuidado é com os falsos positivos, ou seja, algumas alterações fisiológicas (normais) do coração acabam sendo confundidas com patologias.


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