Folha de S. Paulo


Atualização no diagnóstico de sífilis reduz transmissão a bebês

Josh McGinn/Flickr
Desabastecimento de penicilina é um dos obstáculos ao tratamento da sífilis
Desabastecimento de penicilina é um dos obstáculos ao tratamento da sífilis

A atualização no diagnóstico e tratamento da sífilis em ambulatórios de atenção médica básica resultou em redução na taxa de transmissão vertical, ou seja, para bebês, da doença quando presente em gestantes.

Um estudo experimental feito nas 54 Unidades de Saúde do Município de Londrina, no Paraná, para a prevenção da doença em gestantes é relatado por Flaviane Mello Lazarini e Dulce Aparecida Barbosa na "Revista Latino-Americana de Enfermagem".

Denominada "intervenção educativa", a pesquisa facilitou a detecção precoce da sífilis gestacional, reduziu a taxa de transmissão vertical e eliminou a mortalidade por sífilis em menores de um ano de idade no período da intervenção (2014 e 2015).

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) referem re-emergência da infecção por sífilis na população em geral, com cerca de 1,4 milhão de gestantes infectadas no mundo todo. Em gestantes não tratadas, estudos mostram que a transmissão da doença é de 70% a 100%, com 40% na taxa de mortalidade dos bebês. Nos recém-nascidos sobreviventes podem surgir sequelas irreversíveis por uma doença evitável.

Na luta contra a infecção também está presente o desabastecimento da penicilina, possivelmente pelo baixo custo aos pacientes e pouco lucro para os laboratórios, mas estão disponíveis antibióticos de segunda escolha para o tratamento.

Outro problema é a dificuldade para o diagnóstico e tratamento do parceiro sexual da gestante, quando necessário. Referem as autoras a dificuldade que médicos e enfermeiros têm em conversar com os companheiros das gestantes sobre esse problema.


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