Folha de S. Paulo


Mal de Alzheimer e dificuldade olfatória

Felipe Gabriel/Projetor/Folhapress
Pesquisa identificou a presença de deficits olfatórios em portadores de moderada deficiência cognitiva
Pesquisa identificou a presença de deficits olfatórios em portadores de moderada deficiência cognitiva

A redução na percepção de odores por algumas pessoas poderia indicar possível relação futura com a doença de Alzheimer.

Estudo publicado no "Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry" sugere que a triagem de pessoas com moderada deficiência cognitiva, através de simples testes de odores, poderia ser empregada para identificar as que apresentem risco de desenvolver futuramente a doença que afeta a memória.

David R. Roalf e colaboradores da Universidade da Pensilvânia (EUA), com base em meta-análise de 31 estudos especializados, analisaram resultados de testes em 1.993 pacientes com moderada deficiência cognitiva e 2.861 idosos sadios.

Os autores concluíram que deficits olfatórios estavam presentes em portadores de moderada deficiência cognitiva, mas os portadores do mal de Alzheimer apresentavam maior dificuldade para identificar odores.

Segundo os autores, a ausência de habilidade para odores nesses pacientes está associada a alterações na estrutura cerebral de regiões relacionadas com a demência (hipocampo e córtex).

A disfunção olfatória tem sido correlacionada ao alzheimer em necropsias, biópsias do epitélio olfatório e na presença da proteína tau mensurável em secreção nasal de portadores da doença.

Os autores destacam a importância da identificação precoce e o diagnóstico de pessoas propensas a desenvolver alzheimer pela possibilidade de intervenção e tratamento precoce.

O desafio, entretanto, permanece em diferenciar a demência incipiente do envelhecimento saudável.


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