Folha de S. Paulo


É preciso estar atento aos senões da vacina contra a febre amarela

Não há, até o momento, indicação da presença de casos de febre amarela urbana. Não foi também detectada a transmissão do vírus causador da doença pelo mosquito Aedes aegypti.

Alexandre Rezende - 17.jan.17/Folhapress
Mulher é vacinada contra febre amarela em posto de saúde de Piedade de Caratinga (MG)
Mulher é vacinada contra febre amarela em posto de saúde de Piedade de Caratinga (MG)

Os casos registrados de febre amarela silvestre (originários na mata ou na floresta) estão relacionados a áreas próximas a desmatamentos ou a pessoas residentes em área urbana que visitaram regiões consideradas de risco para a doença.

Em sua tese de mestrado na Faculdade de Saúde Pública da USP, Cláudia Malinvernil analisa um surto de febre amarela noticiado pela imprensa em 2008. No artigo, ela mostra semelhanças com o surto atual: dá-se mais atenção para o número de casos e para a necessidade de vacinação, omitindo-se os riscos do uso indiscriminado da vacina.

Segundo Pedro Luiz Tauil, da Universidade de Brasília, efeitos adversos da vacina são observados quando milhares de pessoas procuram a vacina e as contraindicações não são respeitadas.

Cabe ao médico responsável pelo posto de vacinação avaliar o potencial risco da aplicação da vacina em pessoas mais suscetíveis a sofrer reações e só se o risco de transmissão urbana for elevado.

Não devem receber a vacina contra a febre amarela, que é fabricada com vírus vivos atenuados, os alérgicos a ovos, crianças abaixo dos seis meses, idosos, portadores de HIV, doentes com baixa imunidade ou com afecção reumática em tratamento com drogas imunossupressoras.


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