Folha de S. Paulo


É preciso ter cuidado com as relações sexuais em tempos de zika

SPL
Há alto índice de gravidez não planejada no Brasil
Há alto índice de gravidez não planejada no Brasil

A Organização Mundial da Saúde assinala no primeiro relatório deste ano a ausência de novos casos de microcefalia provocados por transmissão sexual do vírus da zika e possivelmente relacionados à infecção assintomática (o parceiro desconhece estar infectado).

O relatório cita 13 casos de transmissão do vírus de pessoa a pessoa, dos quais cinco nas Américas. A preocupação por esta forma de transmissão tem motivo. A epidemia global de Aids também começou com poucos casos.

Editorial do "New England Journal of Medicine" de dezembro lembra que, além do necessário controle do mosquito na prevenção da doença, há necessidade de evitar a transmissão sexual do vírus e reduzir o número de gestações indesejadas.

Na revista "Human Reproduction", o professor Luis Bahamondes e colaboradores da Unicamp mostram que a venda de anticoncepcionais em nosso meio não mostrou alterações significativas antes ou durante a epidemia do vírus da zika, assim como a referência aos casos de microcefalia e desordens neurológicas.

Segundo Bahamondes, de 22 milhões de mulheres que necessitam de métodos para evitar a gravidez indesejada. Dentre elas, 18 milhões podem comprar contraceptivos, porém cerca de 90% usam métodos pouco efetivos.

Em consequência, há alto índice de gravidez não planejada no Brasil. A estimativa é de cerca de 55% de todas as gestações. Há associação também com o alto índice de venda das pílulas anticoncepcionais de emergência (1 a 1,3 milhão/mês).


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