Folha de S. Paulo


Consumo de café pode não representar risco para doentes cardíacos

Yuri Arcurs/Shutterstock
Portadores de doenças cardíacas eram desaconselhados a tomar a bebida
Portadores de doenças cardíacas eram desaconselhados a tomar a bebida

O nosso tradicional cafezinho sempre foi alvo de controvérsias em relação à saúde.

Portadores de doenças cardíacas eram desaconselhados a tomar a bebida, por conta da cafeína, o principal dos muitos componentes do café. Pessoas saudáveis não tinham contraindicação.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul analisaram a controversa ação pró-arrítmica da cafeína em portadores de insuficiência cardíaca e concluíram que a ingestão de altas doses de cafeína não induz arritmias nesses pacientes.

O consumo do café, entretanto, não deve ser exagerado pela possibilidade de surgirem efeitos indesejáveis. Entre eles, intoxicação, nervosismo ou insônia, apesar do efeito paradoxal de induzir o sono em algumas pessoas.

Essas reações indicam que cada pessoa tem reação diferente à cafeína ou às demais substâncias do café.

Pricila Zuchinali e colaboradores relatam no "Jama Internal Medicine" deste mês o efeito de altas doses de cafeína e a comparam com a ação de placebo no surgimento de arritmias cardíacas. Uma xícara de café, em média, pode conter 100 mg de cafeína.

No estudo, os pacientes receberam 100 mg de cafeína de hora em hora por cinco horas e o grupo placebo recebeu cápsulas de lactose e café descafeinado.

Observados no teste de esforço e em repouso sob monitoramento cardíaco contínuo, os dois grupos não tiveram diferença significativa quanto à arritmia cardíaca.


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