Folha de S. Paulo


Sífilis era tratada sem querer décadas atrás

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A sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano no mundo
A sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano no mundo

Nestes últimos anos de liberação de usos e costumes em todas as faixas etárias, tem-se observado um significativo aumento de casos de sífilis em gestantes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano no mundo. A doença transmitida durante a gravidez para o feto é conhecida como sífilis congênita. No Brasil, no ano passado, o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde declarou um total de 221 óbitos por sífilis em crianças menores de um ano de idade.

A doença é curável e não dá imunidade após a infecção. O tratamento é a penicilina benzatina, empregada com sucesso há vários anos e que até hoje continua efetiva. O agente causador da doença até hoje não é resistente ao antibiótico.

A infecção pode retornar quando o tratamento é inadequado ou quando o parceiro ou parceira sexual com sífilis não recebe cuidados médicos adequados.

Quando a penicilina foi descoberta, há mais de 50 anos, inicialmente ela foi muito usada, desnecessariamente, no tratamento de gripes e resfriados pela população.

A terapêutica não agia contra os vírus, mas curou centenas de portadores de sífilis que, naquele momento, desconheciam ter a doença.

Naquela fase, curiosamente, desapareceram até os pacientes necessários para a demonstração de lesões sifilíticas para as aulas das escolas médicas de São Paulo.


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