A abstenção de bebidas alcoólicas é sempre recomendada às mulheres que decidem engravidar.
É apenas uma recomendação, porque ainda não está claro o quanto de consumo de álcool intervém na infertilidade feminina. Indiscutível é o prejuízo para o bebê em suas primeiras semanas de vida.
Em editorial do "British Medical Journal", a epidemiologista Annie Britton assinala que algumas pesquisas relatam não existir esta associação, enquanto outras mostram que a diminuição da fertilidade pode estar associada ao consumo de álcool, a exemplo do trabalho publicado na mesma edição da revista. Ela acrescenta o paradoxo da gravidez não planejada (ou não desejada) pela mulher em situações de elevado consumo de álcool.
Ellen M. Mikkelsen e colaboradores relatam no "BMJ" pesquisa sobre consumo de álcool e fecundidade na Dinamarca, com a participação de 6.120 mulheres entre 21 e 45 anos que desejavam filhos e não recebiam tratamento para engravidar.
O estudo mostra que o consumo de 14 ou mais doses por semana –de 20 ml de destilado ou 120 ml de vinho ou 330 ml de cerveja– foi associado a uma leve redução na taxa de fecundidade. Menor ingestão da bebida, porém, parece não ter apresentado efeito discernível na fertilidade.
Como o feto é vulnerável ao álcool nas primeiras semanas de vida, especialistas aconselham às futuras mães abster-se de bebidas alcoólicas nos seus períodos férteis.