Folha de S. Paulo


Identificar a causa de coceiras pode ser uma tarefa árdua

Eder Fortunato/Flickr
O esfregaço forte pode provocar escoriações e inflamação
O esfregaço forte pode provocar escoriações e inflamação

Um permanente desafio é o diagnóstico da coceira crônica quando a causa não é relacionada à pele e sua origem pode ter diferentes causas.

Em revisão publicada na revista "American Journal of Clinical Dermatology", Manuel P. Pereira e colaboradores analisam condições orgânicas e as induzidas por medicamentos que provocam o prurido crônico, a coceira que parece não acabar nunca.

Os autores afirmam que, quando a pele não está inicialmente afetada, o esfregaço forte pode provocar escoriações e inflamação, de forma secundária. Com a ativação de fibras nervosas superficiais, a intensidade do prurido fica aumentada.

Um aumento anormal do número de glóbulos vermelhos do sangue (policitemia vera) desencadeia prurido em 50% dos pacientes. Podem surgir também, em contato com água, o denominado "aquagenic pruritus".

Existe ainda o "prurido premonitório", relacionado ao linfoma de Hodgkin, que pode surgir antes de a doença ser perceptível, permanecendo até meses sem ser corretamente diagnosticado.

É citada também a coceira na doença renal crônica. Cerca de 80% dos portadores de doenças hepáticas e biliares apresentam um prurido crônico, iniciado na palma das mãos e na superfície plantar.

Concluem os autores que o prurido pode persistir mesmo após o sucesso no tratamento. A causa seria sensibilização do sistema nervoso central e periférico ou inibição no nível dos nervos espinhais.


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