Folha de S. Paulo


Propagandas de medicamentos podem esconder perigos

Zanone Fraissat/Folhapress
Com a resolução da Anvisa, novos medicamentos poderão ter publicidade veiculada
Com a resolução da Anvisa, novos medicamentos poderão ter publicidade veiculada

A Folha antecipou dia 28 a nova resolução da Anvisa relacionada à liberação para venda sem receita de remédios de tarja vermelha, que atualmente necessitam de prescrição médica.

Com isso, os laboratórios farmacêuticos terão maiores ganhos. Estarão livres para incrementar a venda de seus produtos pela publicidade, pela propaganda camuflada e inserida na internet, e também com o seu marketing agressivo nos programas de TV.

Como analisa Alvaro César Nascimento na revista "Ciência & Saúde Coletiva", a regulação da propaganda de medicamentos no Brasil tem fragilidades. A fiscalização e punição das irregularidades são realizadas após a infração, quando a população já foi exposta a risco sanitário.

A revista "Circulation" de julho publica um "scientific statement" sobre drogas de venda livre que podem provocar ou exacerbar insuficiência cardíaca, como as anti-inflamatórias não esteroides (como diclofenaco ou ibuprofeno), que provocam retenção de sódio, elevam a resistência vascular sistêmica e impedem resposta aos diuréticos.

No Brasil, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), com base em queixa de consumidores, tem presença constante na área da saúde. Seu Código de Autorregulamentação estabelece que a propaganda de medicamentos deverá conter afirmação com base em evidência científica e que não deverá levar o consumidor a erro quanto ao conteúdo e rapidez de alívio em sua ação.


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