Folha de S. Paulo


Vírus da zika continua sendo um grave problema

O "British Medical Journal" desta sexta-feira (15) confirma problemas em bebês de mães afetadas pelo vírus da Zika. O estudo radiológico assinado pela professora Maria de Fátima V. Aragão e por colaboradores afasta, em seus 23 bebês diagnosticados com a infecção congênita, outras causas da microcefalia, como toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, sífilis e HIV.

O exame de raios X sugere "danos extremamente severos no cérebro, indicando um pobre prognóstico para a futura formação neurológica desses bebês".

Na revista "American Journal of Public Health", Enny S. Paixão e colaboradores da London School of Hygiene and Tropical Medicine e da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, concluem que a situação atual relacionada ao Zika não é muito animadora: não existe vacina ou tratamento para a doença, nem bons testes sorológicos para o diagnóstico e o controle do Aedes permanece um desafio.

A dificuldade com o aedes, explicam, é que o mosquito se reproduz até em pouca água, como uma tampinha de garrafa, e seus ovos são extremamente resistentes. Esses ovos podem sobreviver em local seco por mais de um ano.

A estimativa para a taxa de infecção pelo zika, assim como para outras arboviroses, é alta, pois cerca de 2,5% da população brasileira seria portadora do vírus. Para os autores, uma estimativa acurada inclui alto índice de infecções inaparentes e afasta reações cruzadas do zika e dengue no teste sorológico.


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