Folha de S. Paulo


Suplementos dietéticos e seus problemas

A seção Novidades & Perspectivasda revista "Annals of Emergency Medicine" deste mês aborda os perigos de remédios oferecidos como suplementos alimentares para emagrecer e vitaminas.

O artigo "Os perigos em pílulas", de Eric Berger, lista estudos sobre os suplementos, responsáveis por 23 mil consultas médicas anuais de emergência nos EUA.

Entre outros, Berger cita o médico Pìeter Cohen, de Harvard, que na década de 2000, em uma clínica em Cambridge, perto de Boston, prestou atendimento de urgência a pacientes com insuficiência renal e outras doenças.

Cohen encontrou conexão entre as pílulas para dietas, importadas do Brasil e complicações dos doentes. Testes revelaram presença desde anfetaminas até antidepressivos.

Esses medicamentos, vendidos como suplementos alimentares naquela época, foram identificados e sua fabricação proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

No artigo é citada pesquisa de Andrew Geller, publicada em 2015 no "New England Journal of Medicine" sobre efeitos adversos com suplementos alimentares. Dos 23 mil casos de emergência, 28% eram adultos entre 20 e 34 anos de idade com palpitação, dor torácica e elevada frequência cardíaca e 56% dos problemas estavam relacionados a regimes para perda de peso.

Em adultos acima dos 65 anos, grande parte das emergências foram sufocação por disfagia causada pelas pílulas.


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