Folha de S. Paulo


Os idosos e seus remédios

O avanço da medicina nos últimos 50 anos tornou possível viver mais, resultando no aumento da população idosa em todos os países.

Observa-se, porém, em alguns idosos, o uso inapropriado dos remédios receitados.

Professor de farmacologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Missouri, em Kansas City (EUA), James M. Wooten relata na revista especializada "Southern Medical Journal" problemas relacionados ao excesso no uso de remédios pelos idosos, além da utilização de medicamentos diferentes simultaneamente, que ele denomina de "polifarmácia".

Essa circunstância pode aumentar a incidência de efeitos adversos e risco de interação perigosa entre drogas, destaca Wooten.

Por viverem mais, problemas diferentes serão tratados por médicos diferentes. E se cada médico prescreve vários remédios, será elevado o número de comprimidos que o idoso tomará diariamente.

A idade avançada provoca nos idosos alterações do metabolismo, e a eliminação de drogas pela via urinária será mais lenta, assim como drogas metabolizadas pelo fígado. Em consequência, pode surgir um aumento da concentração das drogas, provocando transtornos por interação medicamentosa.

Para cuidar dessa dificuldade, Wooten sugere que apenas um médico (clínico ou geriatra) coordene os cuidados e a prescrição medicamentosa do idoso, solicitando a colaboração de especialistas quando necessário.


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