Folha de S. Paulo


Medo de injeção tem explicação

As reações apresentadas por adolescentes durante a fase de vacinação contra o HPV em Bertioga, litoral de São Paulo, têm agora uma explicação médica.

Em setembro do ano passado, o secretário da vigilância sanitária do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que coordenou a campanha de vacinação, aventou a hipótese de se tratar da síndrome do estresse pós-injeção. Agora deixou de ser hipótese.

Uma criança, ao tomar uma vacina, pode trazer à lembrança um primeiro e desagradável contato com a agulha de injeção quando bebê, segundo estudo publicado na revista "Pain" deste mês por Madeleine Verriotis e colaboradores da Universidade de Londres.

Para os autores, este fato foi definido por estudo com EEG (eletroencefalograma), exame que mede a atividade elétrica cerebral. Compararam bebês de 1 a 2 meses com crianças de 12 meses.

No EEG, aparecem as ondas que mostram o contato da agulha com a pele. No grupo dos bebês, a formas das ondas de EEG foram significativamente diferentes.

A amplitude das ondas do EEG mostrou que o índice de dor aumentava com a idade, o que significa atividade cerebral evocada trazendo lembrança desagradável da primeira injeção.

Anteriormente, indicadores indiretos de dor apresentada por bebês após uma injeção baseavam-se na expressão facial, movimentos do corpo e batimentos cardíacos, sugerindo estresse.


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