Folha de S. Paulo


Um pouco de ouro para o coração

O ouro, que já foi muito usado na medicina e na odontologia, andava esquecido.

No final do século 19 teve início sua indicação para artrite reumatoide e há 40 anos ouro nos dentes fazia parte do tratamento odontológico.

Agora, a proposta é o seu emprego no tratamento do coração após o infarto, pois quando determinada área deixa de ser suprida por sangue, entra em necrose. Essa área lesada perde em seguida a capacidade de ajudar o coração a bombear sangue para o organismo e surge a insuficiência cardíaca.

Na revista "Nano Letters" de setembro, Michal Shevach e colaboradores do Laboratório de Bioengenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa da Universidade de Tel Aviv, em Israel, relatam o emprego de nanopartículas de ouro na cultura de tecidos cardíacos.

Para tratar a área lesada, são construídos retalhos funcionais de tecido cardíaco a partir de matrizes descelularizadas. Para a conexão elétrica entre as células adjacentes são depositadas nanopartículas de ouro em matrizes de tecido de peritônio. Esses retalhos híbridos, na pesquisa, mostraram melhor função e rápido transporte de cálcio quando comparados com retalhos puros.

Segundo o pesquisador Tal Dvir, a bioengenharia de tecidos evoluiu como tecnologia interdisciplinar para desenvolver substitutos funcionais para tecidos e órgãos danificados, pois pacientes com frequência morrem antes de conseguir doador compatível.


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