Folha de S. Paulo


Medicina, guerra e desinformação

A revista médica inglesa "The Lancet" acaba de introduzir política em suas páginas semanais.

Ao lado de trabalhos originais de pesquisa médica, um de seus últimos editoriais analisa a atual guerra Hamas-Israel.

O conteúdo científico dessa tradicional revista, que tem quase 200 anos de existência, sempre é submetido à avaliação de especialistas da área antes de sua publicação, a conhecida revisão por pares.

Essa rotina avalia a seriedade do estudo, o que parece não ser o caso do texto sobre o atual conflito do Oriente Médio.

A revista explica porque publicou carta de grupo pró-palestino sobre as atuais ocorrências em Gaza, mas se recusa a publicar a resposta do presidente da Associação Médica de Israel e do ministro da Saúde, por ser "uma manifestação política, sem qualquer conexão médica".

A desinformação surge quando falsas informações mediadas por censuráveis incorreções arrogam-se como verdades relevantes.

E essa distorção sempre acontece quando somente um grupo pode apresentar seus argumentos à opinião pública.

Das 798 palavras do editorial da revista "Lancet" sobre a guerra em Gaza, estão reservadas para o Estado de Israel apenas 11: "Israel, as any country, has the right to defend its citizens" (Israel, como qualquer país, tem o direito de defender seus cidadãos).


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