Folha de S. Paulo


Os mil anos de vida do bacilo de Hansen

Hoje não seria estranha a erradicação da hanseníase. Existem drogas eficazes que controlam e curam a doença.

Mas seu súbito desaparecimento no século 16 chamou a atenção de pesquisadores.

Antes, a hanseníase era prevalente na Europa, que isolava os doentes da sociedade e os obrigava a andar com pequenos sinos que avisavam da sua proximidade. Nas Américas, esse absurdo também existiu.

Verena J. Schuenemann, da Universidade de Tübingen, Alemanha, e microbiologistas e arqueólogos de países europeus comparam na revista "Science" o DNA do "Mycobacterium leprae" (obtido de 22 esqueletos dos séculos 10 a 14 com lesões ósseas sugestivas de hanseníase) com o DNA de biópsias de 16 pacientes portadores da doença atualmente.

Concluíram que o bacilo, identificado por Gerhard Hansen há 140 anos, não se alterou geneticamente nos últimos mil anos; na Idade Média, doenças infecciosas como a tuberculose melhoraram a imunidade das pessoas em relação à hanseníase, e a evolução das condições sociais contribuiu para o declínio da doença naquela fase.

IMPRENSA E HANSENÍASE

O jornalista Guilherme Gorgulho Braz defende na segunda-feira (17), às 14h, no Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo da Unicamp, a dissertação de mestrado "Isolamento compulsório de hansenianos: O papel dos jornais paulistas na manutenção do degredo (1933-1967)".


Endereço da página: