Folha de S. Paulo


Sétimo título do Corinthians teve momentos especiais, decisivos

Em que momento o Corinthians garantiu o heptacampeonato?

A resposta óbvia está no primeiro turno excepcional, histórico, inédito.

Mas não garantiu o título, em risco durante returno.

A outra resposta óbvia está no dérbi em Itaquera quando o Corinthians venceu o rival por 3 a 2 num primeiro tempo em que jogou para goleá-lo.

Mas não.

Para muitos, o gol de Giovanni Augusto contra o Furacão, seu único neste Campeonato Brasileiro, decretou a conquista.

Porque quando Kazim também inaugurou a rede no campeonato, contra o Avaí, a taça já estava no papo. Mas, ainda assim, não!

Quem assegurou a conquista, em sua estreia na competição, foi Walter, ao defender o pênalti na Arena da Baixada e evitar o 1 a 0 dos paranaenses.

Assim como Cássio contra o Vasco, na Copa Libertadores, contra Diego Souza. Em 2015 não foi exatamente um gol, foram três, no Horto, contra o Galo, quando numa atuação impecável o Corinthians sapecou 3 a 0 no vice-líder.

Já em 2011, há controvérsias.

Para muitos o gol único do peruano Ramírez contra o Ceará, em Fortaleza, definiu o penta, ao faltarem nove minutos para o jogo terminar.

Só que não.

O nome do responsável é Adriano, o Imperador, que saiu do banco para fazer, no penúltimo minuto, o gol da virada por 2 a 1 contra o Galo, no Pacaembu enlouquecido.

O gol custou mais de 4 milhões de reais, mas valeu. O Vasco se igualaria em pontos ao Corinthians, na antepenúltima rodada, não fosse pela arrancada imperial, do lado esquerdo e o chute cruzado depois de passe de Emerson Sheik, indefensável para o goleiro Renan Ribeiro.

É claro que na campanha desta temporada há outros momentos de excelência, como nas duas vitórias, fora de Itaquera, contra Grêmio e Palmeiras, por 1 a 0, com direito à defesa de pênalti por Cássio em cobrança de Luan, e 2 a 0.

Até mesmo em outro campeonato, como o Paulistinha, houve a afirmação da desacreditada "quarta força", na vitória, em casa, por 1 a 0 contra o rico e favorito Palmeiras, gol de Jô que acabara de entrar em campo vindo do banco, a três minutos do fim do "clássico centenário", e com dez jogadores, devido à expulsão equivocada de Gabriel, ainda no primeiro tempo.

Pois bem.

Se era quarta força no Estadual, no campeonato nacional o Corinthians, corretamente, era visto como, no mínimo, a sétima, até porque os estaduais não medem coisa alguma.
Palmeiras, Flamengo, Galo, Grêmio, Cruzeiro e Santos apareciam como mais cotados a lutar pelo título.

Pois o Corinthians derrotou todos, com exceção do Flamengo, com quem empatou em Itaquera graças à anulação de um gol de Jô por impedimento quando tinha três metros de condição de jogo, e com quem ainda jogará na próxima rodada.

Aliás, o heptacampeão ganhou pelo menos uma vez de 18 dos 19 adversários que enfrentou até aqui.

A quem desdenha, como é comum entre torcedores que jamais admitem a lisura dos campeonatos ganhos por rivais, fica o direito de espernear, o famoso chororô, no popular.

Porque se erros houve dos maus assopradores de apito a favor do Corinthians, outros tantos aconteceram contra. Não acontecessem, teriam antecipado ainda mais o heptacampeonato brasileiro.


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