Folha de S. Paulo


Primeiro tempo do San-São foi para fazer as pazes com o torcedor exigente

Ale Frata/Codigo19/Folhapress
Marcos Guilherme comemora gol. Sao Paulo e Santos em jogo valido pela trigesima primeira rodada do campeonato brasileiro serie A, no estadio do Pacaembu, zona oeste da capital.
Marcos Guilherme comemora o primeiro gol do São Paulo na vitória por 2 a 1 contra o Santos

San-São à altura do nome nos 45 minutos iniciais quando o Tricolor construiu sua justíssima vitória por 2 a 1, com três gols belíssimos, dois deles para serem festejados por mais de 40 mil torcedores que lotaram o Pacaembu.

Hernanes brilhou mais uma vez, com passes precisos e preciosos para os gols de Marcos Guilherme e Cueva, além de ter dado o 3 a 1 para Petros, que chutou na trave, já no segundo tempo.

Além de ter jogado o clássico com o coração na ponta das chuteiras, capaz de ganhar quase todas as divididas, o São Paulo produziu momentos de alta técnica, tanto atrás, quanto no meio, como no ataque.

Aquilo que os santistas queriam que Dorival Júnior mantivesse da temporada passada no Santos de 2017, o Tricolor dele mostrou com sobras, com um certo gosto de doce vingança.

O time peixeiro perdeu mais uma chance de se aproximar para valer da liderança. E o tricolor se afastou quase definitivamente da zona de rebaixamento, não apenas pelos pontos conquistados, mas, principalmente, pela segunda vitória seguida pela primeira vez, com atuação, além de segura, agradável aos olhos e comovente ao coração, tal a entrega de todo o time, que fez jus ao comportamento de seu torcedor.

O Santos até pareceu que endureceria a vitória que se afigurava folgada, ao fazer um gol também maravilhoso com Alison, num chute de primeira de fora da área, de rara felicidade.

Mas foi só e é pouco para fazer frente aos passes cirúrgicos de Hernanes para Marcos Guilherme encobrir o goleiro Vanderlei com um toque sútil no primeiro gol e para Cueva bater cruzado, rasteiro, indefensável no segundo.

Desta vez não teve Dalila para atrapalhar o San-São.

LUAN, O ILUMINADO

Luan Jesus não é parente de Gabriel, mas já mostrou, na Rio-16, que pode sim jogar com o ex-palmeirense e Neymar ao mesmo tempo.

Tite viu e sabe que essa história de que não há lugar para ele no atual esquema da seleção brasileira é apenas mais uma bobagem dos que pensam que os craques devem se adaptar às táticas e não o inverso.

Na espetacular vitória do Grêmio sobre os equatorianos do Barcelona, Luan Guilherme de Jesus Vieira, 24, paulista de São José do Rio Preto, não se limitou a fazer dois gols, sofrer a falta que originou mais um e distribuir passes para seus companheiros quase marcarem outros.

Luan atuou feito verdadeiro "homem esquadra", como diriam os italianos se falassem português.

Jogou para ele e para o time incessantemente, a cada instante num lugar diferente, na frente, atrás, no meio, pela esquerda, pela direita, camisa 7 às costas.

Não satisfeito, distribuiu dribles de quebrar quadris, nenhum inútil, apenas para resolver situações que seu talento sabe solucionar.

Há muito tempo um time de clube brasileiro devia exibição de tal porte como a gaúcha em Guayaquil, num 3 a 0 que deveria ser 5, mas a 1.

Porque Marcelo Grohe fez a defesa do ano, da década, do século 21.

E se o Grêmio não for finalista da Libertadores no jogo de volta em Porto Alegre, mudo meu nome para Juca Mello Franco, em homenagem às colunas do vizinho lá da página 2, o brilhante Bernardo.

Valeu para mostrar que existe futuro. Melhor seria se com outra CBF, se o Marco Polo que não viaja tivesse, imediatamente, o mesmo fim de Carlos Nuzman.


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