Folha de S. Paulo


São Paulo enche o Morumbi com preços populares e obtém alívio

Robson Ventura/Folhapress
Jogadores do São Paulo comemoram gol marcado na vitória sobre o Cruzeiro
Jogadores do São Paulo comemoram gol marcado na vitória sobre o Cruzeiro

PELA QUINTA vez neste Brasileirão o São Paulo botou mais de 50 mil torcedores em seu estádio, o único que comporta tanta gente na Pauliceia, para comprovar que com preços razoáveis o torcedor comparece e é capaz de ser solidário com seu time em baixa no campeonato.

O clube que um dia já longínquo era chamado de pó de arroz volta a mostrar sua cara popular -cada vez mais escassa nas arenas de seus rivais da capital paulista porque a lei da oferta e da procura é inclemente e seleciona pelo preço quando a primeira é menor que a segunda.

Presença de torcida não garante bom resultado, mas ajuda um time com jogadores experientes que sabem fazer da pressão fator positivo.

E graças ao experiente Hernanes o Tricolor virou um jogo em que foi inferior ao misto do Cruzeiro, porque parece que a sorte mudou ao fazer o rival perder pênalti e o assoprador de apito marcar outro inexistente que valeu a vitória de 3 a 2.

Prejudicado na derrota para o Bahia na rodada anterior, desta vez a trave, na cobrança da penalidade por Sassá, e o apito devolveram os pontos perdidos em Salvador.

O São Paulo tem de progredir muito e a prova está em como se deixou envolver pelo Cruzeiro sem vários de seus titulares, poupados para encarar o Grêmio na Copa do Brasil.

Sair da zona do descenso, mesmo com jogo a mais que a Chape, é alívio que pode permitir a tranquilidade para reagir, ainda mais que o jogo a menos do time catarinense será contra o líder e depois de uma estafante excursão mundo afora.

E o torcedor é sábio: ao exigir a presença de Jucilei no segundo tempo mostrou a Dorival Júnior que o time não pode prescindir do meio campista numa hora dessas.

Porque a cabeça e o coração fazem coisas que nem sempre a tática é suficiente para produzir.

CHAPE EM XEQUE

Bastou uma nota sobre o abandono das vítimas do voo da LaMia, irresponsavelmente fretado pela Chapecoense, para que o clube se mexesse e as chamasse para negociar formas de ampará-las além de medidas meramente paliativas.

Menos mal.

OUTRO LADO

Usain Bolt sempre foi o protagonista estivesse onde estivesse. Suas vitórias foram tantas que era obrigatório falar dele e delas.

Midiático, simpático, sorridente, extraordinário, o que poderia fazer ao se despedir no mesmo estádio Olímpico de Londres, onde brilhou tanto em 2012, como no Rio, quatro anos depois?

Ganhar o ouro de novo?

Não seria notícia.

O bronze, por raro, virou notícia.

Mas ainda faltavam 100 metros pela equipe jamaicana.

Nova medalha era improvável, a de ouro ainda mais.

A cara de dor jamais vista no rosto sempre sorridente, a queda, a cambalhota, a retirada mancando e sem falar com ninguém, a cãibra surpreendente, foram mais notícia que a espetacular vitória dos anfitriões.

Porque onde Bolt estiver o mundo tem de olhar para ele.

KIRRATA

Onde você leu, aqui, que o Profut é a única lei do esporte a exigir contrapartidas dos clubes, leia, por favor, única lei de financiamento ao esporte a exigi-las.

De resto, a sabotagem continua e está perto de se consumar.


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