Folha de S. Paulo


Rivais paulistas não ajudam e obrigam a falar só do Corinthians

Daniel Vorley/Agif/Folhapress
Pedro Henrique, do Corinthians, comemora seu gol - Partida entre Corinthians e Sport, válida pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol 2017
Pedro Henrique comemora gol em jogo contra Sport, em jogo da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro

Você já está cansado de saber que o Corinthians isso e o Corinthians aquilo.

Até o corintiano anda com certo enfado, finge humildade, celebra que com 47 pontos o time não cai mais, há até os que se dizem preocupados por achar que estão perdendo a memória, pois não se lembram mais do que é perder e, os mais sérios, perguntam se não é caso de registrar no livro de recordes o fato de o Timão ter feito mais gols (três) do que faltas (duas) na vitória contra o Sport.

Raras leitoras e raros leitores há que escrevem à redação e perguntam se aqui é a "Folha de S.Paulo" ou a Folha do Corinthians.

Mas, fazer o quê?

O Palmeiras perdeu em casa para o Furacão, por 1 a 0, como você sabe, e o São Paulo levou outra sapecada por 2 a 1, agora do Bahia, em Salvador.

O Santos ficou num miserável 0 a 0 com o Avaí.

Ora, o Palmeiras só pensa no Barcelona, o do Equador, felizmente, porque se fosse o verdadeiro nem adiantaria pensar.

Ao perder, e praticamente dar adeus ao Brasileirão como deu ao Paulistinha e à Copa do Brasil, pelo menos teve a volta de Moisés, seu melhor jogador na temporada passada, capaz de jogar como se não tivesse parado por tanto tempo.

Já o São Paulo passa por um processo semelhante ao do Corinthians, só que com sinal invertido.

Falar mais o que do Tricolor que acabou o primeiro turno na zona do rebaixamento?

Hernanes, Jucilei, Petros, Lucas Pratto, Cueva, quem mais?

Repita-se: no Corinthians jogam Messi, CR7, Neymar?

E no Grêmio, além de Luan, quem é fora do normal? Pedro Rocha, talvez?

Ah, Pedro Rocha, que saudade do original, o uruguaio que comandou o Morumbi nos anos 1970!

O pior é que quando as coisas vão mal tudo acontece – gol irregular e pênalti não marcado, como se viu na Fonte Nova.

Aí o Corinthians volta à baila, porque mesmo quando prejudicado pelos assopradores de apito e levantadores de bandeirinhas ou ganha ou, ao menos, empata, como contra o Coritiba e contra o Flamengo.

E o corintiano ainda reaparece porque, além de eufórico com o desempenho surpreendente (sim, Fábio Carille, o FC, também se disse surpreso), vê seus rivais mais ferrenhos do Trio de Ferro perderem jogos que deveriam vencer.

Aos palmeirenses e são-paulino restam apenas dois caminhos: ganhar o bicampeonato da Libertadores e escapar do rebaixamento.

Se aos alviverdes não garante o Mundial inédito da Fifa, dobra o feito dos alvinegros.

Aos tricolores restará o mantra de que clube grande não cai.

Parece menos complicado o desafio do São Paulo que o do Palmeiras, mas ambos são perfeitamente possíveis.

Impossível aparenta ser o Corinthians deixar de ser o primeiro heptacampeão desde que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado em 1971.

A menos que o Grêmio apronte um milagre.

Porque o Santos, o único invicto na Libertadores, com o empate em Floripa já está a 12 pontos do Timão e precisará de dois milagres.

É verdade que ninguém se chama Santos à toa e milagre é coisa que acontece na Vila Belmiro, não fosse lá o berço do Rei Pelé e de Neymar, que jogará no Parque dos Príncipes.

Enquanto isso o corintiano se diverte.


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