Folha de S. Paulo


Só falta o São Paulo para a rodada paulista ser perfeita no Brasileiro

Os grandes paulistas tiveram um domingo perfeito desde que o dia amanheceu até o fim da tarde.

Num Pacaembu com mais de 35 mil santistas, o Santos viu seu goleiro Vanderlei brilhar mais uma vez e Bruno Henrique brilhar outras três, ao marcar os três gols da vitória contra o bom time do Bahia por 3 a 0.

Considerando-se todos os desfalques, não poderia ter sido mais feliz a manhã sem praia, mas com o Pacaembu caloroso e em nova demonstração de que é o lugar certo para o clube receber a torcida e jogar, sem as viúvas de Pelé, e em número muito maior do que a Vila Belmiro pode abrigar.

Discretamente, o Santos se firma em terceiro lugar e pode aspirar mais quando ficar completo.

Se o Bruno Henrique santista brilhou, o palmeirense não ficou atrás na Arena Pernambuco com mais de 42 mil torcedores, recorde de público em jogos de clubes.

Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação
O jogador Bruno Henrique, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador Rogéiro, do Sport CR, durante partida válida pela décima sexta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Pernambuco. ORG XMIT: (42688) Sport vs Palmeiras
O jogador Bruno Henrique, do Palmeiras, que fez sua melhor partida pelo clube

Ele fez um gol impossível, o chamado "gol espírita", ao desviar meio de costas, meio de nuca, sem querer querendo, e deu o passe excepcional para Keno fazer o gol do 2 a 0, placar final apesar do sofrimento no segundo tempo, quando o Sport foi para cima e parou no goleiro Jaílson, a Muralha Tranquila, e no travessão alviverde.

Finalmente o líder invicto Corinthians concluiu a tarde de vitórias paulistas no Maracanã, que virou elefante branco graças aos ladrões estúpidos que nos governam, com mais de 23 mil torcedores.

Para decepção de quem apostou na decadência corintiana, na primeira prova sem Pablo e sem Jadson, o time fez aquele gol que parece por acaso com Balbuena ao subir mais que o zagueiro Henrique, do Fluminense, e segurou nova vitória pela contagem mínima que até poderia ter sido menos sofrida, e não exigido tanto de Cássio, se o assoprador de apito tivesse marcado um pênalti em Jô ainda no primeiro tempo, camisa arrancada do calção pelo tricolor Léo Pelé, que bem fará se abandonar o apelido.

Pablo foi bem substituído pelo sistema montado por Fábio Carille que, novamente, foi ocupado por Pedro Henrique.

E se o treinador corintiano já está ganhando a aposta de dar utilidade para Marquinhos Gabriel, ausente por suspensão, viu outra aposta sua, Giovanni Augusto, fazer bom segundo tempo e bater o escanteio que valeu mais três pontos e a incrível invencibilidade de 30 jogos na temporada.

Falta, portanto, o São Paulo, que recebe hoje à noite, no Morumbi, o vice-líder Grêmio, o time de futebol mais convincente no momento no futebol brasileiro, embora tenha ido dormir nove pontos atrás do Corinthians.

Favorito contra o tricolor paulista, o gaúcho encontrará um time disposto a vencer para mostrar que daqui para frente só subirá e sairá da situação incômoda em que se encontra.

DOMINGO TRISTE

A morte aos 66 anos de Waldir Peres entristeceu o domingo, bem ele, responsável por tantos domingos felizes.

Campeão brasileiro pelo São Paulo em 1977, três vezes campeão paulista pelo São Paulo, titular da seleção na Copa de 1982, presidente atuante no Sindicato dos Atletas paulistas, ótimo goleiro e especialista em pegar pênaltis, Waldir foi surpreendido por um ataque cardíaco.


Endereço da página:

Links no texto: