Folha de S. Paulo


Rodada do Brasileiro pode adiantar demais a incrível vida corintiana

Daniel Vorley/Agif
Jadson comemora primeiro gol contra a Ponte Preta durante partida pelo Campeonato Brasileiro
Jadson comemora primeiro gol contra a Ponte Preta durante partida pelo Campeonato Brasileiro

Quando a 12ª rodada começou o líder Corinthians estava sete pontos à frente do vice-líder Grêmio.

Terminada a rodada, o líder está nove pontos adiante.

Aumentou a diferença e mudou o segundo colocado, agora o Flamengo.

No meio da semana quatro times no topo da tabela se enfrentam e desses dois jogos pode depender o futuro do Brasileiro.

Se prevalecerem os donos das casas nos dois clássicos, a diferença entre os dois primeiros colocados cairá para seis pontos.

Porque o Palmeiras recebe o invicto Corinthians e está obrigado a impor a primeira derrota ao rival, caso não queira tornar quase impossível sua busca pelo bicampeonato.

E o Flamengo recebe o Grêmio, surpreendentemente derrotado no domingo (9) pelo Avaí em Porto Alegre, por 2 a 0, mas barrado fundamentalmente por uma atuação extraordinária do goleiro Douglas, por sinal emprestado pelo Corinthians, que até pênalti defendeu batido pelo ex-corintiano Edílson.

Como o Corinthians passou dentro do esperado pelos mesmos 2 a 0 pela Ponte Preta, também porque Cássio pegou pênalti cobrado pelo também emprestado Lucca, a rodada só poderia ter sido mais alvinegra se o Flamengo não tivesse vencido o Vasco pela contagem mínima.

Pois no jogo entre os Palestras o anfitrião em Belo Horizonte se deu melhor e o paulista levou novamente três gols do mineiro e marcou apenas um.

O Palmeiras ficou 13 pontos atrás do Corinthians, diferença impensável antes de o Brasileiro começar -e que tem porque tem de ser diminuída imediatamente.

Caso Palmeiras e Flamengo prevaleçam, os seis pontos de diferença entre Corinthians e Flamengo serão superáveis até porque ambos ainda não se enfrentaram, o que torna tudo mais factível.

Agora, caso o Corinthians vença e Flamengo e Grêmio empatem, resultados normais, 11 pontos de diferença serão muito complicados para alguém tirar diante da segurança com que joga o time alvinegro.

IMPUNES

A selvageria de São Januário, com morte de mais uma pessoa, deve redundar em interdição do estádio etc. e tal. E de argumento para os jogos de torcida única, como em São Paulo.

Só que, no caso, a briga entre vascaínos e flamenguistas foi secundária. A violência explodiu mesmo pela insatisfação dos cruz-maltinos com nova derrota e com Eurico Miranda.

Explodiu apesar de serem conhecidos os responsáveis. Conhecidos e impunes desde sempre, a verdadeira razão para continuar a onda de barbaridades nos estádios, e em volta deles, no Brasil.

ENFIM!

A excepcional reportagem de Paulo Roberto Conde que desnuda o médico Eduardo de Rose revela quão hipócrita tem sido o combate ao doping no Brasil -e não é de hoje.

Quem tentou levar um trabalho sério adiante não durou o tempo suficiente para implantá-lo porque, por aqui, ganhar a qualquer custo, medalhas ou moedas, é a palavra de ordem.

FOLGA

A rara leitora e o raro leitor terão um rápido descanso nesta quinta-feira (13) porque o colunista faltará.

Viaja com as netas e leva "As 100 melhores crônicas comentadas de João Saldanha", organizadas por Cesar Oliveira pela LivrosdeFutebol. Tem até prefácio de Tostão!


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