Folha de S. Paulo


Tite já convocou sete goleiros e é possível que nenhum deles vá à Copa

Rodrigo Buendia/AFP
O goleiro Alisson sai do gol durante jogo da seleção brasileira contra o Equador
O goleiro Alisson sai do gol durante jogo da seleção brasileira contra o Equador

Alisson, da Roma, tem sido o titular nos jogos oficiais e, por ser pouco exigido, ainda não ganhou a confiança do torcedor, além de não ser titular em seu clube.

Weverton, do Furacão, campeão olímpico, esteve em todas as convocações.

Parecem ser os dois preferidos de Tite que já convocou também Alex Muralha (hoje reserva no Flamengo), Ederson (Benfica), Danilo Fernandes (Inter), Marcelo Grohe (Grêmio) e Diego Alves, do Valencia, o maior pegador de pênaltis da história do Campeonato Espanhol, acostumado a enfrentar os melhores atacantes do mundo, os do Barcelona e os do Real Madrid.

Muralha à parte, são todos bons goleiros, embora não tenhamos nenhum Gianluigi Buffon, o veterano goleiro da Itália, ou Manuel Neuer, o extraordinário alemão.

Do mesmo nível que a maioria dos goleiros convocados por Tite temos em atuação no Brasil, em ordem alfabética, Cássio (Corinthians), Fernando Prass (Palmeiras), Victor (Galo) e Vanderlei (Santos), para não falar do botafoguense Gatito Fernández que é paraguaio e tem deixado no banco o recuperado Jeferson, ex-titular de Dunga na seleção.

Dos quatro, Cássio é o mais provado internacionalmente, campeão da Copa Libertadores, assim como Victor, e do Mundial de Clubes da Fifa, como só ele.

Está em plena forma e não nega fogo nos momentos decisivos, embora leve a desvantagem de aparecer pouco, porque muito bem protegido pelo esquema defensivo corintiano.

Mais que ele tem aparecido Vanderlei, graças às deficiências da defesa santista.

É sabido que goleiro de time pequeno aparece mais (atenção: não é, evidentemente, o caso do Santos!) e provavelmente foi por isso que o Flamengo buscou Muralha no Figueirense, embora o Inter tenha feito o mesmo com Danilo Fernandes, no Sport, com resultado inverso.

Goleiro, como se sabe, é cargo de confiança.

Tite, de todos os arqueiros (sim, antigamente os goleiros eram chamados também assim, porque protegiam o arco, a baliza, as traves, enfim, o gol) citados tem, por razões óbvias, em Cássio o mais confiável.

Apenas Ederson, 23, e Alisson, 24, além do descartável Muralha, 27, não terão ultrapassado os 30 anos na Copa do Mundo, idade ideal para a maturidade de quem desempenha a função mais ingrata do futebol, o único que não pode falhar.

Neste quesito, por sinal, Fernando Prass completará, durante a Copa, os mesmos 39 anos que Buffon tem hoje.

São dados que devem ser levados em conta ao escolher os três goleiros e que certamente estão no radar não apenas do técnico, mas também do preparador de goleiros da seleção, ninguém menos que Cláudio Taffarel, campeão mundial na campanha do tetra nos Estados Unidos, em 1994, quando tinha... 28 anos... e pegou pênalti na final contra a Itália.

Dos quatro goleiros titulares campeões mundiais pelo Brasil, Gylmar, duas vezes, Taffarel, Marcos e Félix, só o último não era brilhante e sua reconvocação, feita por Zagallo ao substituir João Saldanha, deveu-se exatamente ao fato de já ter 32 anos, pois os prediletos do técnico derrubado eram Ado, 24, e Emerson Leão, 21, do Corinthians e do Palmeiras.
Que São Marcos ilumine Tite.


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