Folha de S. Paulo


O placar no clássico não espelha a superioridade do líder Corinthians

No sétimo Majestoso em Itaquera, o Corinthians venceu pela quinta vez e permanece invicto em casa não só diante do rival como, também, fora de casa no Campeonato Brasileiro.

Surpreendente Corinthians deste surpreendente Romero que deu até para sutilezas em toques de bola.

Ao fazer o primeiro gol do clássico logo no sexto minuto o paraguaio alvinegro deu a sensação de que haveria nova goleada do time que ganhava sempre com poucos gols, exceto pela goleada sobre o Vasco no meio da semana.

O empate tricolor, em lance irregular, equilibrou o primeiro tempo até quase o fim, quando Romero lançou Jô, que bateu cruzado para Gabriel fazer 2 a 1 no rebote de Renan.

O time que não fazia muitos gols fez o terceiro, de pênalti cobrado por Jadson, após Jô, que passou em branco (outra novidade), ter sofrido pênalti em bola dada por Romero!

O jogo estava liquidado até que o time que não sofria gols sofreu outro, porque deu uma desconcentrada e perdeu as oportunidades que criou para liquidá-lo.

Nada suficiente para impedir a 125ª vitória corintiana no Majestoso que tem mais empates (106) do que triunfos do rival (102).

Diferentemente de outros jogos como anfitrião o Corinthians propôs o jogo quase o tempo inteiro e soube se aproveitar da confusão feita pelos três zagueiros tricolores que bateram cabeça e foram batidos por bolas em suas costas como se não soubessem o que fazer.

Por incrível que pareça o Alvinegro começa a despontar como sério candidato a lutar em cima na tabela, prova de que a organização e uma ideia de jogo fazem a diferença, com seu técnico Fábio Carille cumprindo as promessas até de recuperar jogadores como Marquinhos Gabriel.

Como se sabe, times que acumulam vitórias ganham, além de jogos, a confiança para enfrentar quem quer que seja.

O São Paulo, ao contrário, segue atrapalhado quando joga fora do Morumbi e nada indica que brigará além do grupo intermediário, pouco para sua tradição de um dos maiores campeões brasileiros como o Palmeiras, o Flamengo e o próprio Corinthians, descontadas as revisões políticas da Casa Bandida do Futebol, ao estilo do velho revisionismo soviético, enterrado pela história.

Para ajudar o Corinthians, Flamengo e Galo não se ajustam e vão ficando distantes da luta pelo topo da tabela.

VITÓRIA IMPRESCINDÍVEL

O Palmeiras precisava porque precisava bater o Fluminense. Venceu e bem, após bom primeiro tempo e ótima atuação de Roger Guedes.

Fernando Prass teve parte importante na vitória com duas defesas, como se diz, para calar os críticos.

O 3 a 1 só não justifica o assédio ao tricolor Richarlison, mas ética é palavra que não existe no dicionário do futebol nacional.

Verdade que se fosse apenas no futebol até que estaria tudo bem.

PLACAR DA VERGONHA

Pode um resultado de 4 a 3 envergonhar mais que 7 a 1?

Ah, pode...Pode sim!

LEMBRETE

Gylmar dos Santos Neves, melhor goleiro da história de nosso futebol, se escreve assim, com y.

Mesmo depois de morto ele defende sua memória para que não haja confusões.


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