Folha de S. Paulo


Corinthians segue em sua toada de não ser educado com seus anfitriões

Rodrigo Gazzanel / Ag. Corinthians
Rodriguinho comemora gol marcado na vitória do Corinthians sobre o Atlético-GO
Rodriguinho comemora gol marcado na vitória do Corinthians sobre o Atlético-GO

VEJA COMO é o futebol: quando o Brasileirão começou, dois times paulistas despontavam como favoritos ao título, o Palmeiras e o Santos.

Corinthians e São Paulo eram apontados como candidatos ao pelotão intermediário e olhe lá.

A primeira rodada confirmou a expectativa.

O Palmeiras goleou o Vasco e o Santos, apesar de derrotado pelo Fluminense no Rio, jogou melhor que o tricolor carioca e não mereceu o resultado.

Já o Corinthians apenas empatou, em casa, com a Chapecoense, e o São Paulo perdeu para o Cruzeiro.

Duas rodadas depois, o que temos?

O Corinthians está no topo da tábua de classificação com sete pontos e o São Paulo já soma seis.

O Palmeiras está em 14º lugar com três pontos dos nove que disputou, e o Santos está em 15º, com o mesmo número de pontos ganhos em três jogos.

Ambos atrás da Ponte Preta, em nono lugar, com um ponto a mais.

Flamengo e Galo, outros dois favoritos, também decepcionam, mais os mineiros, com dois pontos, que os cariocas, com cinco.

Tudo isso para dizer que nada disso tem muita importância e me desculpe se você veio até aqui para cair numa aparente pegadinha. Mas não é.

O nível do futebol brasileiro é tão equilibrado, e por baixo, que mesmo o que deve ser chorado, como a venda de uma promessa como o flamenguista Vinicius Júnior, é festejado.

E magras vitórias por 1 a 0, as do Corinthians contra adversários frágeis, como o Vitória e o Atlético Goianiense, são comemoradas como símbolos de eficácia.

Sim, o Corinthians é um visitante indigesto, mal-educado, porque chega na casa dos outros, joga para o gosto, não faz nenhuma questão de ser delicado ou de fazer um ou outro brilhareco, e ganha de 1 a 0.

Em 16 jogos oficiais como visitante na temporada, o Corinthians só perdeu uma vez, em Araraquara, para Ferroviária, e assim mesmo fruto de um pênalti inexistente.

Ganhou dez, cinco vezes por 1 a 0.

Ontem, no Serra Dourada, foi outra vez assim.

Fez seu gol logo depois da metade do primeiro tempo, com Rodriguinho, em mais um passe de Guilherme Arana, e tratou de segurar a vantagem, até mais perto do segundo gol do que de levar o empate, mas sempre com o risco de sofrê-lo numa bola vadia, como aconteceu contra o Internacional, na Arena Corinthians, o que acabou por custar a eliminação da Copa do Brasil, nos pênaltis.

No sábado que vem, em casa, o Corinthians receberá o Santos e será interessante ver como se comportarão os dois times no clássico mais antigo do futebol paulista.

Porque uma derrota santista pode ter consequências graves para as pretensões praianas, mas é pouco provável que o visitante proponha jogo, tudo que o anfitrião quer.

O Palmeiras, o Galo, o Santos e o Flamengo seguem como candidatos a terminar o Brasileirão à frente de Corinthians e São Paulo, mas estão jogando mal e parecem acreditar piamente naquilo que o sábio Pep Guardiola diz, que os títulos são ganhos nas últimas oito ou dez partidas dos campeonatos.

Vá lá e, de fato, é muito cedo para conclusões.

Mas é bom não exagerar, e ao Corinthians fica a dica: trate bem seu torcedor, não o faça sofrer até contra os pequenos.


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