Folha de S. Paulo


Palmeiras e Ponte Preta vencem e convencem na abertura do Brasileiro

Marcello Zambrana/Agif/Folhapress
Miguel Borja do Palmeiras comemora seu segundo gol na partida contra o Vasco

Quem venceu, convenceu, com duas goleadas por 4 a 0, tanto na casa alviverde quanto em Campinas: a Ponte atropelou o Sport, e o Palmeiras passeou diante do Vasco de mais de 33 mil torcedores na abertura oficial do Brasileiro, enfim com alguma pompa e circunstância depois de 46 anos de sua primeira edição.

Poderia ter sido um espetáculo mais brasileiro e com bailarinas minimamente graciosas, mas valeu pela intenção. No ano que vem, quem sabe no mesmo palco, será possível fazer melhor.

No mesmo palco porque o Palmeiras é candidatíssimo ao bicampeonato, mas não pela facilidade com que goleou o Vasco, um time frágil só com o bom goleiro Martin Silva, o excepcional meio-campista Douglas e o veterano Nenê. O Palmeiras poderia ter feito seis, sete gols.

Também a Ponte Preta goleou o Sport, porque está sólida, estava descansada e pegou o time pernambucano desgastado por ter jogado pela Copa Sul-Americana no meio da semana, no Uruguai.

Até aí, dois resultados previsíveis, como era de se esperar a derrota do São Paulo, 1 a 0 para o Cruzeiro, no Mineirão. Ela veio por causa de uma cochilada infantil da defesa tricolor em cobrança de lateral no começo do segundo tempo, que o argentino Ábila aproveitou.

Se não bastassem os problemas normais do noviciado de Rogério Ceni, é visível a queda de rendimento do peruano Cueva, prejuízo grave na busca de criatividade do meio de campo para frente.

Em vantagem no marcador, Mano Menezes armou o Cruzeiro para não sofrer e, de fato, o São Paulo não foi capaz de fazê-lo sofrer.

Já o Santos sofreu e fez sofrer no Maracanã, pela manhã. Sofreu com um pênalti inexistente quando havia empatado o jogo com o Fluminense e era melhor em campo. Sofreu com o mau momento de Ricardo Oliveira e fez o Flu sofrer ao buscar o resultado até o fim.

Mas sofrer mesmo sofrerá em La Paz pela Libertadores, nesta quarta-feira (18), contra o Strongest, a 3.600m de altitude.

Pense: o Santos jogou na quarta-feira (10) passada em Belém, ontem pela manhã no sol do Rio de Janeiro e viaja hoje para a Bolívia. Exigir o quê de um time submetido a tal tratamento?

Mauro Pimentel/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, 14.05.2017: CAMPEONATO BRASILEIRO 2017 FLUMINENSE X SANTOS - Jogadores do Santos e Fluminense disputam a bola durante partida entre as equipes, valida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro 2017, no estadio do Maracana, Rio de Janeiro. (Foto: Mauro Pimentel/Folhapress, FSP-ESPORTE) ***EXCLUSIVO FOLHA***

Finalmente, o Corinthians estreou apenas com empate em 1 a 1 contra a Chapecoense.

Mais uma vez ficou claro que o time prefere jogar fora a jogar em casa, embora também tenha reclamado de cansaço por ter atuado em Santiago do Chile no meio da semana passada, coisa que, lembremos, também a Chape fez, em Medellín, na Colômbia.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Rodriguinho divide a bola com a defesa da Chapecoense em Itaquera
Rodriguinho divide a bola com a defesa da Chapecoense em Itaquera

Compreensível que, após decidir o Paulistinha e não poder se desmobilizar porque tinha de enfrentar a Universidad de Chile pela Copa Sul-Americana 48 horas depois, o time caia de rendimento como caiu no sábado (13) à noite.

Tudo somado e subtraído, os cinco paulistas poderiam ter ido melhor se, ao menos, os seus três mandantes vencessem. Por ironia, exatamente o campeão estadual jogou em casa e não ganhou.

Porque uma coisa é o Paulistinha, e outra, completamente diferente, é o Brasileiro, que começou bem.


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