Folha de S. Paulo


Domingo tem finais espalhadas de Porto Alegre a Belém do Pará

Luiz Munhoz/Recorte do Olhar
Jogadores do Novo Hamburgo comemoram classificação após partida da semifinal do Gaúcho
Jogadores do Novo Hamburgo comemoram classificação após partida da semifinal do Gaúcho

São Paulo tem gente do país inteiro e por isso há motivos de sobra hoje para se ligar de norte a sul, de leste a oeste.

Porque os gaúchos têm um Inter e Novo Hamburgo, no Beira-Rio, para se divertir, o jogo de ida das finais do Gauchinho.

Aos gremistas só restará secar o Colorado, com uma baita dor de cotovelo, tchê.

Aliás, o rei das canções do gênero, Lupicínio Rodrigues, foi o autor do hino gremista, aquele que diz "Até a pé nós iremos". Desta vez, não vão.

Para os catarinenses o começo da decisão será na Ressacada, entre Avaí e Chapecoense.

O time do melhor tenista brasileiro de todos os tempos, Gustavo Kuerten, o Guga, contra o time do mundo inteiro, a Chapecoense.

Os paranaenses não devem procurar o Atletiba na TV, mas poderão vê-lo, direto da Arena da Baixada, de graça, pela Internet, uma novidade que pode virar tendência também no Brasil.

Pulemos, no mapa, a decisão paulista. Deixe-mo-la para o fim, não há porque temer seu esquecimento.

Vamos ao Rio, onde, no Maracanã, tem Fla-Flu, quem sabe se para levar o torcedor carioca ao estádio no torneio mais esvaziado dos últimos anos, tamanha a estupidez de seu regulamento, incompreensível para a maioria.

Em Belo Horizonte, no Mineirão, o Cruzeiro, como mandante, enfrenta o Galo, tecnicamente um jogo muito interessante, como o Fla-Flu.

Na Fonte Nova, em Salvador, tem Ba-Vi, não pelo campeonato estadual, mas pelas semifinais da Copa do Nordeste, com o Rubro-negro pelo empate e o Tricolor pelo triunfo por 1 a 0, pois no jogo de ida, no Barradão, os anfitriões venceram por 2 a 1.

Infelizmente, mesmo na colorida Boa Terra, sob a praga que se alastra de jogo com torcida única, crime contra o futebol, oxente!

Quase finalmente, em Belém do Pará, mais um trepidante Re-Pa, Remo e Paysandu, no Mangueirão.

É o primeiro jogo da decisão do Campeonato Paraense, clássico que quem já viu de corpo presente diz ser o mais quente do Brasil.

Enfim, por último, mas o mais importante para os paulistas, Ponte Preta e Corinthians no caldeirão de Moisés Lucarelli.

Promessa de equilíbrio porque é pouco provável que o Corinthians se deixe surpreender como Palmeiras, abatido por 3 a 0 em Campinas em pouco mais de meia hora de jogo e com direito a levar um gol antes do primeiro minuto.

A Ponte vai mandar no jogo, como o Corinthians gosta, e se bobear, sofrerá o tradicional gol do time bem organizado por Fábio Carille, aquele que tira leite de pedra.

Lembremos que a Macaca já deixou o Santos e o Palmeiras pelo caminho, é time de Série A, empatou, em casa, 1 a 1 com os visitantes de hoje na primeira fase e está em busca de transformar este Paulistinha no Santo Graal, sua primeira taça desde 1900, ano em que foi fundada.

Se é possível dizer que o mundo torcerá pela Chape em Santa Catarina, também pode-se afirmar que o Brasil está com a Macaca, menos seus adversários, os circunstanciais corintianos pela terceira vez, como em 1977 e 1979, e os de sempre, os bugrinos do Guarani.

Os estaduais são um atraso de vida na maior parte do país, mas, na hora H, têm sua graça. Até quando? Eis a questão.


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