São Paulo tem gente do país inteiro e por isso há motivos de sobra hoje para se ligar de norte a sul, de leste a oeste.
Porque os gaúchos têm um Inter e Novo Hamburgo, no Beira-Rio, para se divertir, o jogo de ida das finais do Gauchinho.
Aos gremistas só restará secar o Colorado, com uma baita dor de cotovelo, tchê.
Aliás, o rei das canções do gênero, Lupicínio Rodrigues, foi o autor do hino gremista, aquele que diz "Até a pé nós iremos". Desta vez, não vão.
Para os catarinenses o começo da decisão será na Ressacada, entre Avaí e Chapecoense.
O time do melhor tenista brasileiro de todos os tempos, Gustavo Kuerten, o Guga, contra o time do mundo inteiro, a Chapecoense.
Os paranaenses não devem procurar o Atletiba na TV, mas poderão vê-lo, direto da Arena da Baixada, de graça, pela Internet, uma novidade que pode virar tendência também no Brasil.
Pulemos, no mapa, a decisão paulista. Deixe-mo-la para o fim, não há porque temer seu esquecimento.
Vamos ao Rio, onde, no Maracanã, tem Fla-Flu, quem sabe se para levar o torcedor carioca ao estádio no torneio mais esvaziado dos últimos anos, tamanha a estupidez de seu regulamento, incompreensível para a maioria.
Em Belo Horizonte, no Mineirão, o Cruzeiro, como mandante, enfrenta o Galo, tecnicamente um jogo muito interessante, como o Fla-Flu.
Na Fonte Nova, em Salvador, tem Ba-Vi, não pelo campeonato estadual, mas pelas semifinais da Copa do Nordeste, com o Rubro-negro pelo empate e o Tricolor pelo triunfo por 1 a 0, pois no jogo de ida, no Barradão, os anfitriões venceram por 2 a 1.
Infelizmente, mesmo na colorida Boa Terra, sob a praga que se alastra de jogo com torcida única, crime contra o futebol, oxente!
Quase finalmente, em Belém do Pará, mais um trepidante Re-Pa, Remo e Paysandu, no Mangueirão.
É o primeiro jogo da decisão do Campeonato Paraense, clássico que quem já viu de corpo presente diz ser o mais quente do Brasil.
Enfim, por último, mas o mais importante para os paulistas, Ponte Preta e Corinthians no caldeirão de Moisés Lucarelli.
Promessa de equilíbrio porque é pouco provável que o Corinthians se deixe surpreender como Palmeiras, abatido por 3 a 0 em Campinas em pouco mais de meia hora de jogo e com direito a levar um gol antes do primeiro minuto.
A Ponte vai mandar no jogo, como o Corinthians gosta, e se bobear, sofrerá o tradicional gol do time bem organizado por Fábio Carille, aquele que tira leite de pedra.
Lembremos que a Macaca já deixou o Santos e o Palmeiras pelo caminho, é time de Série A, empatou, em casa, 1 a 1 com os visitantes de hoje na primeira fase e está em busca de transformar este Paulistinha no Santo Graal, sua primeira taça desde 1900, ano em que foi fundada.
Se é possível dizer que o mundo torcerá pela Chape em Santa Catarina, também pode-se afirmar que o Brasil está com a Macaca, menos seus adversários, os circunstanciais corintianos pela terceira vez, como em 1977 e 1979, e os de sempre, os bugrinos do Guarani.
Os estaduais são um atraso de vida na maior parte do país, mas, na hora H, têm sua graça. Até quando? Eis a questão.