Folha de S. Paulo


Como Mano, Carille deu aula em Ceni e conduziu o Timão a grande vitória

Do mesmo modo que o Cruzeiro ganhou do São Paulo por 2 a 0, o Corinthians repetiu o placar e o estilo de jogo no Morumbi.

Mano Menezes quis vencer no contra-ataque e venceu na bola parada. Fábio Carille queria vencer de qualquer jeito, mas também no contra-ataque, e conseguiu. Com Jô em contra-ataque em passe precioso de Rodriguinho e com Rodriguinho em jogada tramada, de pé em pé.

O São Paulo tem um time mais estrelado, mas esbarrou, mesmo com Cueva, numa barreira sólida. E tem uma defesa desatenta que, quando percebe, toma gol. Assim foi na Copa do Brasil e também assim aconteceu no Paulistinha.

Está pintada a reedição da final de 1977, Corinthians x Ponte Preta. Vai, Macaca!

MACACA ESPETACULAR!
Aos 37 segundos, 1 a 0. Aos 7 minutos, 2 a 0. Aos 33, 3 a 0. Não, o jogo não foi no Mineirão, nem a Ponte Preta é a seleção alemã. Mas que lembrou, lembrou.

Como ao fim do jogo foram lembrados o Barcelona e o PSG, dada a necessidade de o Palmeiras fazer a mesma diferença de gols para levar a decisão à marca de pênalti na volta, em casa, ou ganhar de quatro para evitar o desempate.

Pode? Pode. Mas terá de se doar e jogar como a Macaca se doou e jogou. Nem o mais otimista dos torcedores pontepretanos imaginava tamanho massacre. Nem o mais pessimista dos palmeirenses temia o chocolate.

Diga-se que ficou barato, pois foi claro o pênalti de Fernando Prass em Pottker. E 4 a 0, ó, só mesmo se o Palmeiras fosse o Barcelona.

TUDO MUITO IGUAL

Galo e Cruzeiro só empataram os jogos de ida, ambos por 1 a 1, e não estão garantidos na final mineira.

URT e América-MG os ameaçam, depois dos dois empates nos jogos de ida.

Caxias e Novo Hamburgo também põem em risco uma final gaúcha entre a dupla Gre-Nal, porque jogam em casa os jogos de volta; o Caxias em desvantagem de 0 a 1 diante do Inter e o Novo Hamburgo com um bom 1 a 1 na Arena Grêmio.

NOTORIEDADE

O obscuro deputado estadual Campos Machado (PTB-SP), empedernido defensor do ex-presidente da CBF José Maria Marin preso em Nova York, sai do anonimato graças à Operação Lava Jato: dois ex-executivos da Odebrecht o acusaram de ter recebido valores não declarados em espécie e o ministro Edson Fachin encaminhou à Justiça paulista petição para investigá-lo.

Menos mal que, em atitude rara nos dias que correm, o parlamentar disse em nota: "Estranho o fato de meu nome estar na lista. Não conheço ou não tenho relação com nenhum diretor ou qualquer funcionário da Odebrecht". Que alívio!

CADÊ A CARTA?

O ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez também está contemplado entre os citados na Lava Jato, como o atual vice, André Negão, algo que quem lê esta coluna sabia não é de hoje.

Como sabia como foi singelo o pedido de Lula a Emílio Odebrecht para a construção da Arena Corinthians, devidamente comprovado, enfim, pela divulgação do depoimento de Marcelo Odebrecht.

Mas, agora, quem estranha é o colunista; estranha o silêncio de Sanchez, que tantas cartas escreveu à redação desta Folha.

PROPOSTA

Se cada brasileiro abandonar seu corrupto predileto é possível que possamos ter um país melhor no futuro. Não se engane, porém, com o marketing do "novo", do "não político".

Há uma galeria de imagens e declarações para demonstrar que o discurso marqueteiro não apaga as recentes más companhias sempre tratadas como magníficas.

João Doria, por exemplo, andou de braços dados com o Marco Polo que não viaja e com, para citar apenas dois, Sérgio Cabral e Eike Batista, que não viajam, não andam nas ruas e não podem sair de Bangu, o presídio.


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