Folha de S. Paulo


O diabo entrou em campo nas quartas de final do Campeonato Paulista

Ale Cabral/Agif/Folhapress
William Pottker comemora após marcar o gol da vitória da Ponte Preta sobre o Santos, pelas quartas do Paulista, no Moisés Lucarelli
William Pottker comemora gol da Ponte Preta na derrota do Santos por 1 a 0 no sábado (1º)

Santos e Corinthians ficaram aquém do esperado deles sábado em Campinas e em Ribeirão Preto, respectivamente.

O Santos, é verdade, porque teve um time de Série A pela frente e era mesmo previsível encontrar dificuldades contra a Ponte Preta.

No limite, pode até festejar ter perdido por 1 a 0, pois esteve perto de perder, no mínimo, por dois gols.

O gramado, dizem os santistas, prejudicou o toque de bola praiano. Eles dizem que tudo será diferente no Pacaembu no jogo de volta, na segunda-feira(10) quando terão de vencer por diferença maior para irem às semifinais.

São até favoritos, mas fácil não será. Como são favoritos os corintianos depois do horroroso 0 a 0 com o Botafogo.

Também houve reclamações do gramado, pois em piano desafinado não há Arthur Moreira Lima que dê jeito e faça um bom concerto.

Mas o Corinthians e o Botafogo exageraram.

Tirante dez minutos, os cinco finais do primeiro tempo e os cinco iniciais do segundo, o que se viu foi um show de horrores, erros de passes fáceis, arremates sem noção e pontaria, tão ruim que até Rodriguinho fez falta segundo o técnico alvinegro, o que dá a medida da carência.

É claro que não foi mau resultado para quem decidirá em casa no domingo(9) que vem. Lembremos, porém, que o Botafogo passará a semana só pensando no jogo, enquanto o Corinthians receberá a Universidad de Chile no meio da semana pela Copa Sul-Americana.

"La U" não vive seus melhores momentos, mas tem tradição e exigirá do Corinthians um mínimo de futebol e muito esforço - até porque o alvinegro tem de se esforçar muito para mostrar um mínimo de futebol.

Rogério Moroti/Agência Botafogo/Flickr
O meia Jadson disputa a bola em partida entre Corinthians e Botafogo
Jadson disputa a bola no jogo entre Corinthians e Botafogo no sábado (1º)

Santos e Corinthians mantém maiores possibilidades de chegar às semifinais do Paulistinha desde que não deem chance ao capeta que os espreita para castigá-los.

No domingo foi a vez do São Paulo ir mal, embora esteja praticamente classificado.

No Morumbi vermelho, e não era de vergonha embora devesse ser depois do arranjo que fez do Tricolor visitante em sua casa, a vitória são-paulina era obrigatória.

O presidente Leco argumentava antes da partida que os jogos do sábado mostravam como nesta fase tudo é difícil, "sem moleza para ninguém", ironicamente esquecido de que foram em Campinas e em Ribeirão Preto, casas dos mandantes.

Quando se faz lambanças como a aceita pela Federação Paulista de Futebol o melhor é não falar nada porque tentar tapar o sol com a peneira faz surgir mais sombras. Por exemplo: o cartola tricolor diz ter sido do Linense a sugestão, em contradição com as entrevistas do colega do interior que afirma o contrário.

No campo, diante de apenas 15 mil torcedores, o São Paulo ganhou com um gol contra no começo do segundo tempo e com outro de Pratto no fim, quando o Linense, que fez péssimo negócio, estava com apenas 10 jogadores.

Finalmente, um bom jogo, em Novo Horizonte.

O favorito ao título, o Palmeiras, jogou como se estivesse em casa e não deu bola para o Novorizontino, mesmo depois de tomar um sustaço e sair atrás, para virar para 3 a 1. Porque é o melhor.

O Paulistinha está como o demônio gosta, torneio em que vale o diabo a quatro, pelo menos para três dos grandes.


Endereço da página:

Links no texto: